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Para 75% dos brasileiros igualdade de gênero é pauta urgente

De acordo com uma pesquisa da ONU Mulheres, o Brasil vê com extrema importância o desenvolvimento de políticas de igualdade entre mulheres e homens

Igualdade: considerando-se apenas as mulheres, esse número cresce para 78%, enquanto entre os homens é de 71% (Victor Moriyama)

Igualdade: considerando-se apenas as mulheres, esse número cresce para 78%, enquanto entre os homens é de 71% (Victor Moriyama)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2017 às 14h51.

Pesquisa do Ibope e da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres divulgada hoje (14) mostra que 75% dos brasileiros consideram de grande ou extrema importância que gestores e legisladores desenvolvam políticas de promoção da igualdade entre mulheres e homens. Considerando-se apenas as mulheres, esse número cresce para 78%, enquanto entre os homens é de 71%.

Ao aplicar um recorte por raça/cor, os números encontrados são semelhantes. Para 75% dos brancos, 74% dos negros (pretos e pardos) e 78% das pessoas que se autodeclaram de outra raça/cor (amarelos e indígenas, por exemplo), o desenvolvimento de políticas públicas de igualdade de gênero tem muita/extrema importância.

Para a socióloga e especialista em pesquisa de opinião Fátima Jordão, mesmo com todas as desigualdades históricas para pessoas com diferentes condições de raça e etnia no Brasil, a pesquisa demonstra que prevalece uma alta e homogênea demanda por igualdade de gênero.

“Em um país racista como o nosso, a desigualdade de gênero é uma preocupação importante para 3 em cada 4 brasileiros. Esse dado reforça a necessidade de debater e propor políticas para tornar as cidades mais igualitárias especialmente para as mulheres negras, que sofrem mais os efeitos das discriminações”, disse Fátima, em nota.

O estudo faz parte da agenda Cidades 50-50: Todas e todos pela igualdade, uma iniciativa para que gestores municipais assumam compromissos para a promoção da igualdade de gênero e empoderamento das mulheres nas cidades.

Para a representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, as informações estão de acordo com os desafios assumidos pelo governo brasileiro na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

“Passamos a ter dados sobre as percepções de brasileiras e brasileiros sobre as suas condições de vida no contexto das relações de gênero, assim como a indicação sobre o que deve ser feito por prefeitas e prefeitos em áreas fundamentais da vida de uma cidade”, disse, em nota.

Os resultados indicam o nível de prioridade que os atuais prefeitos e vereadores devem dar a diversas áreas avaliadas em nível macro e a partir de questões específicas: oportunidades de acesso e desenvolvimento na educação e na cultura, oportunidades de acesso ao mercado de trabalho e aos mesmos salários e possibilidades de atuação nos partidos políticos e nos governos.

Dados segmentados

Para a ONU Mulheres, a análise dos dados segmentados por gênero evidencia como as mulheres tenderão a cobrar mais reconhecimento e garantia de direitos às novas gestões das prefeituras e legislativos municipais.

“A pesquisa indica que prefeitas, prefeitos, vereadoras e vereadores devem olhar com muita atenção as demandas das mulheres, que têm estado à frente de manifestações de rua, ocupações de escolas e são mais de metade da força de trabalho no país.”

De acordo com o estudo, 81% das mulheres consideram muito ou extremamente importante a igualdade no mercado de trabalho, enquanto 73% dos homens têm a mesma opinião.

Os mesmos percentuais (81% das mulheres e 73% dos homens) avaliam que o “acesso e desenvolvimento na educação e na cultura” são muito/extremamente importantes na garantia de igualdade de gênero.

Além disso, 72% das mulheres e 65% dos homens percebem como muito/extremamente importante o desenvolvimento de políticas de incentivo à participação das mulheres em igualdade de condições e oportunidades nos partidos políticos e governos.

Cidades 50-50: Todas e todos pela igualdade é uma iniciativa liderada pela ONU Mulheres com a parceria do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Instituto Patrícia Galvão – Mídia e Direitos e do Grupo de Pesquisa Demodê, da Universidade de Brasília (UnB).

Foram ouvidas 2.002 pessoas acima de 16 anos, em 143 municípios, entre os dias 16 e 20 de fevereiro. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos percentuais.

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