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Para 64% da população, Bolsonaro errou ao demitir Mandetta, diz Datafolha

A pesquisa indica ainda que o ex-ministro deixa a pasta com 70% de aprovação de seu desempenho no cargo, número maior do que a aprovação do presidente

Jair Bolsonaro: o ex-ministro da Saúde tinha uma aprovação de 70% da população, maior do que a do presidente (Alan Santos/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: o ex-ministro da Saúde tinha uma aprovação de 70% da população, maior do que a do presidente (Alan Santos/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 17 de abril de 2020 às 21h02.

Última atualização em 17 de abril de 2020 às 21h05.

O presidente Jair Bolsonaro errou ao demitir Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde na opinião de 64% dos brasileiros, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, que indica ainda que o ex-ministro deixa a pasta com 70% de aprovação de seu desempenho no cargo.

Na pesquisa publicada no site do jornal Folha de S.Paulo, 25% consideram que o presidente agiu bem ao demitir Mandetta, enquanto 11% não tinham opinião sobre a questão. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais.

Bolsonaro demitiu Mandetta na quinta-feira após semanas de embate em torno da forma de condução do combate à pandemia do coronavírus. Enquanto o então ministro defendia as medidas de isolamento social adotadas por governadores e prefeitos como forma de frear a disseminação do coronavírus e evitar o colapso o sistema de saúde, Bolsonaro defendia a retomada da atividade econômica com a justificativa de tentar preservar empregos.

O oncologista Nelson Teich foi escolhido como novo ministro e em seu discurso, logo após ser anunciado no cargo, disse que tomará decisões na condução do combate à pandemia com base em dados e "informação sólida", e se disse totalmente alinhado com o presidente.

A avaliação ótima/boa de Bolsonaro na condução da crise do coronavírus oscilou positivamente, passando para 36%, ante 33% no levantamento anterior, realizado entre 1 e 3 de abril. Já a avaliação ruim/péssima oscilou 1 ponto para baixo, para 38%, e a regular foi para 23%, ante 25%.

Para 52%, o presidente tem condições de liderar o país, enquanto 44% acham que ele não tem.

Ao mesmo tempo que a avaliação positiva de Bolsonaro oscilou para cima, a dos governadores oscilou para baixo, mas ainda com uma larga vantagem sobre a percepção da população em relação ao presidente, passando a 54%, ante 58% na pesquisa anterior.

Apenas 7% consideram como ruim ou péssimo o desempenho de Mandetta como ministro. A avaliação regular ficou em 18%.

A expectativa de melhora ou piora da situação de combate à pandemia com a troca do comando no ministério mostrou empate técnico, quando a diferença fica dentro da margem de erro.

Para 36%, a situação vai piorar, enquanto para 32% vai melhorar. Treze por cento não souberam dizer.

O Datafolha ouviu 1.606 brasileiros adultos que possuem telefone celular em todos os Estados do país.

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