Dilma: 'Papa teve generosidade com os pobres' (Roberto Stuckert Filho/PR)
Agência de notícias
Publicado em 25 de abril de 2025 às 12h42.
Última atualização em 25 de abril de 2025 às 12h56.
A ex-presidente Dilma Rousseff chegou nesta sexta-feira, 25, ao Palácio Pamphilj, sede da Embaixada do Brasil em Roma, junto com a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para participar do funeral do Papa Francisco no Vaticano. Dilma desceu do carro para falar com jornalistas antes de entrar na embaixada e disse que veio da China até a Itália porque se despedir do Papa é sua “completa obrigação, completo desejo, não podia deixar ele partir sem estar aqui”.
– Eu tenho muita dor porque o Papa sempre foi muito generoso comigo – afirmou a ex-presidente. – Mas eu considero que, para além de mim, o Papa foi um dos maiores homens do século 20 e 21, porque 20 foi onde ele se construiu como pessoa e 21 foi quando ele realizou uma coisa muito difícil, que é ser uma liderança das melhores características do ser humano como um exemplo para todo mundo.
Em frente à Piazza Navona, onde fica o palácio do século 17 que sedia a Embaixada do Brasil, Dilma afirmou que o Papa teve generosidade com os pobres e reconheceu “a importância deste mundo virar um mundo mais igual”, além de recusar a guerra e o preconceito contra imigrantes.
– Aquela imensa capacidade do Papa de acolher crianças, jovens, adultos, pessoas de todas as religiões – afirmou a ex-presidente. – Ele foi um Papa religioso, ou seja, um Papa que ligava uns aos outros.
Pelo menos 130 delegações, incluindo quase "50 chefes de Estado e dez monarcas" em exercício, comparecerão à missa fúnebre, que acontecerá na Praça de São Pedro, informou o Vaticano.
A organização do funeral do Papa Francisco entrou em sua etapa final nesta sexta-feira, último dia do velório, que já recebeu mais de 128 mil fiéis. Presidentes e monarcas de todo o mundo comparecerão no sábado ao funeral do primeiro pontífice latino-americano, que faleceu na segunda-feira aos 88 anos.
A capela-ardente em homenagem a Francisco permanecerá aberta até a noite de sexta-feira, quando o cardeal camerlengo, Kevin Farrell, presidirá a cerimônia de fechamento do caixão para dar início ao funeral.
Na primeira semana de maio, o conclave que vai definir o sucessor de Francisco tem um perfil inédito. Ele foi internacionalizado. Pelo menos 70 países têm cardeais eleitores, em contraste com o conclave de 2013 que elegeu Francisco, onde somente 48 países estavam representados, segundo o Catholic News Service. Países que nunca haviam tido representantes, como Haiti, Mongólia, República Centro-Africana, agora têm integrantes importantes. E, muito por isso, está com a característica de não ser polarizado, cenário oposto dos colégios de cardeais que elegeram João Paulo II, Bento XVI e o próprio Francisco.
Ao longo dos 12 anos de pontificado, o Papa Francisco reforçou o número de cardeais mais progressistas, com um critério de escolha especial: não priorizou nomes com alta cultura teológica ou visão geopolítica. Se preocupou com líderes da Igreja abertos ao diálogo, com um trabalho missionário ou em "situação de periferia", como ele gostava de dizer.