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"Palocci está preso, tem o direito de querer ser livre", diz Lula

Na semana passada, e ex-ministro entregou o ex-presidente, a quem atribuiu envolvimento com o que chamou de "pacto de sangue" com a Odebrecht

Lula: o ex-presidente é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Lula: o ex-presidente é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 19h00.

Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 19h03.

Curitiba - Em audiência nesta quarta-feira, 13, na Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda/Casa Civil, Governos Lula e Dilma) "está preso há mais de um ano e tem o direito de querer ser livre".

A audiência de Lula durou mais de 2 horas.

"Parece que tem uma caça às bruxas. Eu tenho lidado com muita paciência. Eu vi o depoimento do Palocci, não respondi nada, não falei nada. Muita gente achou que eu ia chegar com muita raiva do Palocci. Eu achei que o Palocci tá preso há mais de um ano, o Palocci tem o direito de querer ser livre, tem o direito de querer ficar com o pouco do dinheiro que ele ganhou fazendo palestra, ele tem família. Tudo isso eu acho. O que não pode é se você não quer assumir a tua responsabilidade pelos fatos ilícitos que você fez, não jogue em cima dos outros."

Na semana passada, Palocci rompeu o silêncio, fez um relato devastador e entregou o ex-presidente, a quem atribuiu envolvimento com o que chamou de "pacto de sangue" com a empreiteira Odebrecht que previa repasse de R$ 300 milhões para o governo petista e para Lula.

"Eu fiquei muito preocupado com a delação do Palocci, porque ele poderia ter falado 'Eu fiz isso de errado, eu fiz isso'. Ele, espertamente, disse, 'não é que eu sou santo' e pau no Lula. 'Não é que eu sou santo', que é um jeito de você conquistar veracidade na tua frase. Eu fiquei com pena disso", afirmou.

Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro sobre contratos entre a empreiteira e a Petrobras.

Segundo o Ministério Público Federal, os repasses ilícitos da Odebrecht chegaram a R$ 75 milhões em oito contratos com a estatal.

O montante, segundo a força-tarefa da Lava Jato, inclui um terreno de R$ 12,5 milhões para Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo do Campo de R$ 504 mil.

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