Brasil

País tem só 12% de suas rodovias pavimenadas, diz CNT

Segundo pesquisa, 62,1% dos trechos pesquisados ainda apresentam algum tipo de problema


	Placa indica que rodovia tem buracos: 44,7% da malha pavimentada pesquisada apresentam desgastes
 (Foto Divulgação/CNT)

Placa indica que rodovia tem buracos: 44,7% da malha pavimentada pesquisada apresentam desgastes (Foto Divulgação/CNT)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 13h50.

Brasília - Embora apenas 12% das rodovias brasileiras sejam pavimentadas, de acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), 62,1% dos trechos pesquisados ainda apresentam algum tipo de problema. Além disso, os pontos críticos na malha rodoviária aumentaram 32% nos últimos quatro anos.

Os resultados divulgados nesta quinta-feira, 16, mostram que 44,7% da malha pavimentada pesquisada apresentam desgastes e 19,1% têm trincas e remendos. Em outros 3,3% existem afundamentos, ondulações e buracos, enquanto em 0,5% a pista está simplesmente destruída. Dos 98.475 quilômetros percorridos pela CNT, somente 32,4% estavam em condições perfeitas de rodagem.

O levantamento abordou quase a metade dos 203.599 quilômetros de rodovias pavimentadas do País. Os trechos asfaltados, porém, representam apenas 12% do mais de 1,691 milhão de quilômetros de estradas brasileiras.

"É muito pouco para um País que quer crescer. A nossa densidade é muito menor do que a de países como a Argentina e o México. O Brasil precisa melhorar a extensão e a qualidade da sua malha rodoviária", afirmou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.

Pontos críticos

Entre os pontos críticos encontrados estão 28 quedas de barreira, 13 pontes caídas, 100 erosões na pista e 148 buracos grandes. O total de 289 ocorrências críticas em 2014 supera os 250 pontos identificados em 2013 e é 32% superior aos 219 problemas registrados em 2011. "Isso é bastante preocupante porque é um reflexo imediato sobre a segurança das pistas, com relação direta sobre o número de acidentes", completou Batista.

Com relação à sinalização das pistas, em 39,9% dos trechos rodoviários pesquisados, a pintura das faixas laterais estava desgastada e em 15,9% era simplesmente inexistente. No caso da faixa central, havia desgaste em 40,8% da extensão analisada e em 6,8% não havia sequer sinalização. "Na chuva, por exemplo, esse desgaste aumenta muito a insegurança", explicou o diretor da CNT.

A confederação também identificou falhas graves na ausência de dispositivos de proteção contínua - as chamadas muretas ou guardrails - em 45,9% dos trechos, todos eles com necessidade da estrutura. Em 11,8%, os dispositivos existiam de maneira adequada; em 17,7% estavam presentes apenas e parte do percurso; e nos 24,6% não havia a necessidade da estrutura. Como ponto positivo, as placas de sinalização vertical tiveram bom resultado, estando visíveis - sem obstáculos, como mato - em 82,3% dos trechos avaliados, e legíveis em 88% da extensão pesquisada.

Quanto à geometria das vias, porém, 49,7% da extensão percorrida pela CNT contam com curvas perigosas sem placas e sem muretas de defesa completas. Apenas 11,5% dos trechos contam com os dois instrumentos de segurança e sinalização. Além disso, em 60,1% delas não havia acostamento e 66,9% das pontes e viadutos não contavam com as estruturas de segurança ideais.

Acompanhe tudo sobre:EstradasExploração de rodoviasSetor de transporteTransporte e logísticaTransportes

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP