Modelos negros brasileiros pedem mais representatividade nos desfiles de moda: "o Brasil tem muitos desafios ainda para enfrentar o legado da escravidão e do colonialismo", conclui o relatório (Yasuyochi Chiba/AFP/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 13h21.
Rio - O Brasil avançou na legislação que visa à igualdade racial, mas persistem o racismo interpessoal e institucional no País, concluiu o Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Afrodescendentes que visitou Rio, São Paulo, Brasília, Recife e Salvador entre 03 e 13 de dezembro.
As duas especialistas em direitos humanos do grupo, a francesa Mireille Fanon-Mendes-France e a argelina Maya Sahli, vieram a convite do governo brasileiro. Elas estiveram na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), mantiveram contatos com autoridades estaduais e municipais, com representantes de movimentos negros e de quilombolas. Visitaram favelas e áreas remanescentes de quilombos.
Na apresentação das conclusões preliminares na quinta-feira, no Rio, disseram que de 2005, quando foi feita outra avaliação da situação do negro no Brasil, para cá, foram implementados esforços para terminar com a "hierarquia racial e de culturas" no País, mas ressaltaram que o ritmo está lento.
O relatório final do grupo, com todas as conclusões e recomendações, será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em setembro de 2014. "O Brasil tem muitos desafios ainda para enfrentar o legado da escravidão e do colonialismo. As leis e políticas não são totalmente eficazes, ainda não promoveram mudanças significativas, embora a sociedade brasileira acredite que vive uma democracia racial", disse Mireille.