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País deve perder rating de todas as agências, diz Bradesco

Para ele, o cenário brasileiro para o início do próximo ano dependerá "do equacionamento do déficit público", independente de quem estiver no governo


	Bradesco: "A dívida bruta (dívida local mais externa) sai de 51% do PIB em 2011 para 77% do PIB em 2017, e nem somos tão pessimistas", comentou o economista
 (Egberto Nogueira/ Imafotogaleria)

Bradesco: "A dívida bruta (dívida local mais externa) sai de 51% do PIB em 2011 para 77% do PIB em 2017, e nem somos tão pessimistas", comentou o economista (Egberto Nogueira/ Imafotogaleria)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 12h44.

Ribeirão Preto - O economista chefe da Bradesco Asset Management (Bram), Fernando Honorato Barbosa, afirmou nesta quinta-feira, 10, em conferência de projeções para 2016, que "com alta probabilidade perderemos o grau de investimento por todas as agências de investimento".

Para ele, o cenário brasileiro para o início do próximo ano dependerá "do equacionamento do déficit público", independente de quem estiver no governo.

"Se o equacionamento de forças políticas melhorar contas públicas, há espaço para melhora de ativos, mas, sem ajuste fiscal encaminhado, teremos preços bastante piores, com câmbio de R$ 4,80 a R$ 4,90", disse.

"Esse quadro fiscal terá de ser enfrentado por quem quer que esteja no País nos próximos anos", completou ele sobre a crise política e a abertura do processo de impeachment que pode afastar a presidente Dilma Rousseff.

Honorato avalia que o déficit fiscal será de R$ 120 bilhões este ano e que o Brasil deve fechar com R$ 55 bilhões de déficit em 2016.

"A dívida bruta (dívida local mais externa) sai de 51% do PIB em 2011 para 77% do PIB em 2017, e nem somos tão pessimistas", comentou.

Inflação

Honorato afirmou, ainda, que ninguém recomenda alta de juros em País cuja demanda doméstica cai 6%, mas que o comportamento da inflação no Brasil fará com que o Banco Central (BC) ainda reaja com novas altas na taxa básica de juros em 2016.

"É pouco razoável esperar alta forte de juros, mas o BC não vai ficar sentado esperando quando vê uma inflação se deteriorando e vai subir juros entre 150 e 200 pontos no próximo ano", disse ele em conferência do banco de investimentos.

Barbosa avaliou que o pico do desemprego no País deve ocorrer no segundo trimestre de 2016, para uma taxa entre 10% e 11% por conta do ajuste das empresas, o que pressionará a inadimplência.

O economista, no entanto, avalia que a balança comercial tem reagido bem à desvalorização do real, com alta este ano e que o ajuste do setor externo será a grande força da economia - ainda que não seja sozinho responsável pela recuperação do País.

"O Brasil está ficando barato em salários em dólar e a ociosidade da indústria, apesar de ser ruim no curto prazo, será positiva no futuro porque o setor terá capacidade de reagir", completou.

Entre os indicadores, a Bram projetou queda de 3% no Produto Interno Bruto (PIB), com cenário de recuperação no segundo semestre de 2016.

O câmbio deve encerrar o próximo ano em R$ 4,40, "com o viés de ser mais baixo", a taxa básica de juros ficará em 16,25% e o IPCA em 7% ao final de 2016.

Indagado se o processo de impeachment ainda poderia influenciar a economia em 2016, Barbosa repetiu "que quem sair do processo (de impeachment), sairá fortalecido" e emendou: "quanto antes o tema for resolvido, melhor".

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