Enem e horário de verão: confira horários em sua cidade para não se confundir (Ricardo Matsukawa, da Veja/VEJA)
Agência Brasil
Publicado em 5 de novembro de 2017 às 15h15.
Para garantir a entrada antes do fechamento dos portões, diversos pais acompanharam seus filhos até a porta do local de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste primeiro dia de provas.
No Centro Universitário de Brasília (UniCeub), na Asa Norte de Brasília, Elizabeth Silveira, de 45 anos, acompanhou a filha Lídia, de 17 anos. "Viemos caminhando para conversar sobre algo que não seja a prova, porque ela fica nervosa com os outros colegas falando", disse, detalhando que conversaram apenas sobre a expectativa para o tema da redação.
Cláudio da Silva Lima, de 54 anos, também foi com o filho Moisés, de 17 anos, até o portão. O adolescente faz o Enem pela primeira vez e quer cursar educação física no ensino superior. "Nós temos mais experiência e se ele tiver alguma dúvida podemos ajudar. Dois é melhor que um", disse. "Vim com ele dar esse apoio, para não atrasar, e, se ele está nervoso, dar a benção para ficar calmo e tranquilo", completou.
Muitas pessoas ainda estavam tirando as últimas dúvidas para a prova minutos antes da abertura dos portões. Júlio de Souza, de 20 anos, que já é professor e cursa pedagogia há um ano e meio, atendeu a diversas ligações e pedidos de dicas dicas em grupos de Whatsapp na manhã de hoje (5). Ele está fazendo o Enem pela segunda vez para tentar mudar de curso, acredita que vai se identificar mais com letras. "Vou passar o que sei de melhor. Dei algumas aulas preparatórias do Enem, tudo que eu posso pegar e repassar para as pessoas, eu faço", afirmou.
Para quem é treineiro, a expectativa é menor. É o caso do estudante Vinícius Moraes, de 17 anos, que cursa o segundo ano do ensino médio e vai fazer a prova pela primeira vez. "Vim pra cá descansado, estou confiante, espero tirar uma boa nota", disse. Ele conta que treinou muito para a redação e discorda da decisão de suspender a regra prevista no edital do Enem, que diz que quem desrespeitar os direitos humanos na prova de redação pode receber nota zero. "Isso não devia ser aceito como argumento válido, ainda mais para o Enem que é um teste nacional. Foi uma medida equivocada".
Muitas pessoas se aglomeraram para acompanhar o fechamento dos portões e a correria de que chega atrasado para a prova. O estudante de arquitetura Pedro Manuel, de 20 anos, acompanhou um amigo até a escola. Acabou ficando para ver os atrasados. "É isso que o povo está esperando, chegar em casa e ver as notícias, ver o povo virando meme", disse ele. "É triste [para quem chega atrasado], mas a pessoa tem um ano inteiro para se preparar, uma hora com os portões abertos e ainda chega atrasado. É muito vacilo", completou.
Uma única candidata chegou até o portão do UniCeub após o fechamento, mas ficou chateada e não quis dar entrevista. Outros candidatos desviam da entrada ao perceber que os portões já fecharam.
Em São Paulo, às 12h59 teve início uma contagem regressiva em frente aos portões principais da Universidade Nove de Julho (Uninove), na zona oeste da capital paulista. Dez, nove... três, dois, um. Finalmente, às 13h em ponto, quando os portões fecharam, uma multidão continuou em frente ao portão, sob gritos de "O portão fechou", cantado como se fosse um grito de torcida de futebol. Humoristas da TV e youtubers estavam no local, fazendo piadas.
Diversos universitários visitaram o local por diversão. A estudante de economia Pamela Kerolayne Pereira de Souza, 24 anos, é uma delas. "Já prestei no ano passado. O pessoal veio aqui hoje para zoar os atrasados e eu vim participar também da zoeira", contou. Colaborou Elaine Patrícia Cruz, repórter da Agência Brasil em São Paulo.