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Pai do menino Bernardo pode ter sigilo bancário quebrado

De acordo com o depoimento de Edelvânia à polícia, o assassinato de Bernardo foi planejado pela madrasta, Graciele, sem o conhecimento de Leandro

Cadeia (Shad Gross/stock.XCHNG)

Cadeia (Shad Gross/stock.XCHNG)

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Da Redação

Publicado em 21 de abril de 2014 às 18h11.

Porto alegre - Os policiais que investigam a morte do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, no noroeste do Rio Grande do Sul, devem utilizar informações bancárias para verificar o grau de envolvimento do pai do menino no seu assassinato.

O cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, está preso junto com a mulher, Graciele Ugulini, 32, e a amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, 40, como suspeitos do crime.

De acordo com o depoimento de Edelvânia à polícia, o assassinato de Bernardo foi planejado pela madrasta, Graciele, sem o conhecimento de Leandro.

"Ele não sabia, mas, futuramente, ele ia dar graças de se livrar do incômodo, porque Bernardo era muito agitado", teria ouvido da madrasta do menino. A única certeza da polícia até o momento é a de que o médico tentou ocultar o crime. Porém, sua participação efetiva ainda é dúvida.

Caso tenham acesso ao sigilo bancário do trio, cuja quebra foi pedida pela delegada Caroline Bamberg, que preside o inquérito, os policiais poderão identificar se a quantia citada por Edelvânia - quase R$ 96 mil -, referente ao que precisava para quitar um apartamento e acertado como pagamento com Graciele para ajudar no crime, foi movimentada.

"Era muito dinheiro e não teria sangue nem faca, era só abrir um buraco e ajudar a colocar dentro o menino", teria dito Edelvânia à polícia, em seu depoimento.

Se o dinheiro saiu da conta conjunta do casal, isso implicaria Leandro no planejamento do assassinato. A dificuldade que a polícia enfrentará é que, conforme Edelvânia, do dinheiro prometido apenas uma pequena parte, de R$ 6 mil, lhe foi entregue.

Em 4 de abril, Bernardo foi levado à cidade de Frederico Westphalen, vizinha a Três Passos, com a justificativa de visitar uma "benzedeira". Conforme o depoimento de Edelvânia, ela e Graciele, cujo apelido é Kelly, "mandaram ele deitar sobre uma toalha de banho de cor azul. Que Kelly aplicou na veia do braço esquerdo com uma seringa e ele foi apagando".

Nenhuma das duas conferiu se Bernardo ainda tinha pulsação ao ser enterrado. Ele foi despido e colocado na cova, feita dias antes por Edelvânia. Graciele jogou soda , para que o corpo fosse consumido mais rápido, e encobriu o corpo do menino com pedras e terra.

Segundo Edelvânia , Graciele lhe confidenciou que já pensava em matar o menino há tempo.

Teria, inclusive, tentado asfixiá-lo. Essa tentativa foi narrada por Bernardo a uma babá, que avisou a avó materna do garoto, Jussara Uglione. Por meio de seu advogado, Jussara comunicou a rede de proteção à criança de Três Passos - Conselho Tutelar e MP -, mas aparentemente a resposta tardou a ser dada.

Edelvânia disse que os R$ 6 mil recebidos como parte do pagamento pela ajuda no assassinato de Bernardo foram usados por ela para pagar uma parcela do apartamento comprado por R$ 96 mil.

O acerto total seria de R$ 20 mil. Entretanto, Graciele teria se disposto a pagar o total que faltava para quitar o apartamento.

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