Brasil

Pai de Neymar cogita levar empresas para Espanha

A ideia não é simplesmente fechar as empresas aqui e abrir outras na Espanha, mas continuar operando aqui


	Empresas de Neymar: a ideia não é simplesmente fechar as empresas aqui e abrir outras na Espanha, mas continuar operando aqui
 (FIFA via Getty Images)

Empresas de Neymar: a ideia não é simplesmente fechar as empresas aqui e abrir outras na Espanha, mas continuar operando aqui (FIFA via Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2016 às 10h46.

São Paulo - As três empresas da família de Neymar (Neymar Sport e Marketing, a N&N Consultoria Esportiva e Empresarial e a N&N Administração de Bens, Participações e Investimentos), criadas par acuidar da carreira e da imagem do craque do Barcelona, fizeram uma consulta à Receita Federal para transferir os seus negócios para a Espanha.

A medida foi tomada em razão dos constantes problemas das empresas com as leis brasileiras de tributação.

O principal motivo de insatisfação do staff de Neymar se refere à tributação dos direitos de imagem feitos sobre a pessoa física do craque.

Os advogados do jogador ameaçam transferir os negócios - rendimento e também tributação - para a Espanha. A ideia não é simplesmente fechar as empresas aqui e abrir outras na Espanha, mas continuar operando aqui.

"A imagem do Neymar foi criada aqui, mas existe a possibilidade de o Brasil ficar sem esses recursos", afirmou Gustavo Xisto, advogado da família do jogador ao jornal O Estado de S.Paulo.

Em setembro de 2015, o Tribunal Regional Federal bloqueou R$ 188,8 milhões do jogador, do pai e das empresas da família para garantir o pagamento de pendências tributárias e multas.

A decisão atendeu a pedido da Procuradoria da Fazenda Nacional, que também apurou irregularidades. Os advogados do jogador, por outro lado, argumentam que ele pagou cerca de R$ 75 milhões em impostos.

As empresas do jogador também são alvo de investigação do Ministério Público Federal. De acordo com denúncia apresentada na semana passada e rejeitada pela Justiça, a N&N Consultoria Esportiva e Empresarial foi constituída "sem estrutura de funcionamento".

A empresa teria, ainda segundo o MPF, recebido um empréstimo de 10 milhões de euros do Barcelona em 2011 sem que o clube espanhol exigisse garantias nem estabelecesse cobrança de juros.

Há indícios, inclusive, de que a empresa foi aberta apenas para receber esse dinheiro. O repasse dos 10 milhões de euros foi feito no dia 15 de novembro daquele ano, menos de um mês depois da abertura da empresa.

A acusação é de que o empréstimo foi feito para permitir que Neymar e seu pai deixassem de pagar os impostos sobre o valor transferido.

Também há suspeita de que o empréstimo do Barcelona serviu para dissimular o pagamento adiantado para garantir preferência na contratação do jogador.

Depois que Neymar foi comprado do Santos pelo Barcelona, em 2013, a N&N Consultoria recebeu mais 30 milhões de euros do clube catalão.

Chamou a atenção do MPF também o fato de o capital social registrado ser de R$ 100 mil, divididos entre o pai e a mãe de Neymar.

Acompanhe tudo sobre:AtletasBarcelona (Espanha)CelebridadesEspanhaEsportesEuropaFutebolJogadores de futebolNeymarPiigsreceita-federal

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar