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Pagamos R$ 10 milhões em propina a Youssef, diz empresário

“Os políticos aparelharam a Petrobras para arrancar dinheiro das empreiteiras”, disse o empresário Cristiano Kok, da Engevix.


	Sede da Petrobras no Rio de Janeiro
 (Sergio Moraes/Reuters)

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro (Sergio Moraes/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 19 de março de 2015 às 09h43.

São Paulo – O empresário Cristiano Kok, presidente do conselho de administração da Engevix, afirma que pagou cerca de R$ 10 milhões ao doleiro Alberto Youssef. Segundo Kok, a propina era paga para garantir que a Engevix receberia pelos serviços prestados à Petrobras. O empresário deu entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

“Os políticos aparelharam a Petrobras para arrancar dinheiro das empreiteiras”, afirmou Kok à Folha. A Engevix é uma das empreiteiras investigadas no esquema de corrupção e pagamento de propina envolvendo a Petrobras. Um dos executivos da empresa, Gerson Almada, está preso por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Segundo Kok, a Engevix pagou cerca de R$ 7 milhões em propina no contrato da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Outros R$ 3 milhões teriam sido pagos no contrato da refinaria de Cubatão.

Ao jornal, Kok disse que são sabia para onde ia o dinheiro, mas afirmou que o doleiro Youssef foi indicado por José Janene, ex-deputado do PP, morto em 2010.

“Os contratos a gente ganhou por licitação. Mas, para receber em dia, e ter as medições aprovadas, tem que pagar propina”, afirmou ao jornal.
Para o empresário, a Petrobras foi aparelhada por políticos para obtenção de vantagens. “A versão que tem sido divulgada é que a Petrobras foi assaltada por um bando de empreiteiras. A verdade é que os políticos aparelharam a Petrobras para arrancar dinheiro das empreiteiras”, disse.

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