O prédio do Ministério da Saúde: agência teria pago proprina ao deputado cassado André Vargas (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2015 às 22h40.
O Ministério da Saúde informou que suspendeu hoje (10) os pagamentos à agência de publicidade Borghi/Lowe, contratada em processo de licitação em 2010.
A empresa é investigada na Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) pois teria pago proprina ao deputado cassado André Vargas (sem partido-PR).
A pasta informou, por meio de nota, que além da suspensão "imediata" dos pagamentos à Borghi/Lowe, não vai autorizar novas ordens de serviço para a empresa. Além disso, criará uma Comissão de Sindicância Administrativa para avaliar a regularidade da execução do contrato com a empresa. A portaria que cria a comissão foi encaminhada ao Diário Oficial da União, segundo a pasta.
A agência de publicidade Borghi Lowe Propaganda e Marketing Ltda. teria contratado serviços das empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes para serviços de publicidade para a Caixa e para o Ministério da Saúde e os orientado a fazer pagamentos de comissões de bônus de volume nas contas das empresas Limiar e LSI, controladas por André Vargas e seus irmãos, de acordo com o despacho do juiz federal 13ª Vara Federal de Curitiba Sérgio Moro, responsável pelos processos decorrentes da Lava Jato.
Também na nota, o Ministério da Saúde reforça que não firmou contrato com a empresa Labogen.
"Em 2013, ao tomar conhecimento do relatório da Polícia Federal sobre a Operação Lava Jato, o ministério imediatamente suspendeu o termo de compromisso selado com o Laboratório da Marinha, antes mesmo da assinatura de contrato ou de qualquer repasse de recursos públicos. Isso significa que a proposta envolvendo a Labogen sequer passou da fase do cumprimento dos requisitos para assinatura de contrato", diz.
De acordo com a PF, a Labogen firmou parceria com a pasta para fabricação no Brasil e o fornecimento ao Ministério da Saúde do medicamento Citrato de Sildenafila, que seria feito pela Labogen em associação com a empresa EMS S/A e o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM).
A Labogen, segundo as investigações, pertence a Leonardo Meirelles, que a usava para “celebração de contratos de câmbio para importações fictícias, a fim de remeter fraudulentamente dinheiro ao exterior”, em parceria com o doleiro Alberto Youssef, preso desde março do ano passado e apontado como operador do esquema de fraude em contratos da Petrobras investigado pela Lava Jato.
O Ministério da Saúde diz que as medidas em relação à Borghi/Lowe serão comunicadas à Controladoria-Geral da União e à Polícia Federal e que está à disposição da PF e demais órgãos de controle para quaisquer esclarecimentos sobre os processos da Labogen e da empresa de publicidade.