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Padre Marcelo diz que Feliciano não deveria estar na CDH

“Não dá para ser ao mesmo tempo um líder político” e pastor, disse o católico à Folha de S. Paulo


	Padre Marcelo Rossi, em missa no Santuário Mãe de Deus, em SP: crítica à mistura de política e religião
 (Amanda Previdelli / EXAME.com)

Padre Marcelo Rossi, em missa no Santuário Mãe de Deus, em SP: crítica à mistura de política e religião (Amanda Previdelli / EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2013 às 12h14.

São Paulo – O líder católico padre Marcelo Rossi criticou a junção de política e religião que vê hoje no Brasil. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Rossi, que é integrante da frente carismática da Igreja Católica, atacou não somente a presença do deputado e pastor Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, como a tentativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em recuperar espaço em áreas pobres por meio das Comunidade Eclesiais de Base (CEB).

“A partir do momento em que se diz um pastor, não dá para ser ao mesmo tempo um líder político”, disse o padre, em referência a Marco Feliciano. “Ele nem deveria estar lá, na minha opinião”, reiterou o religioso.

Rossi disse que, apesar da provocação de Feliciano - o pastor afirmou que o “padre Marcelo pede dinheiro e nunca se falou nada” – o melhor “é ficar quieto”. 

"Acho importante ter uma bancada católica, como existe a evangélica. Mas não acho correto padre, bispo, pastor se candidatarem, porque aí estou transformando um púlpito num palanque", opinou.

A assessoria do deputado Marco Feliciano não foi encontrada para comentar as afirmações.

Padre Marcelo alfinetou ainda os líderes evangélicos ao dizer que "às vezes, (eles) determinam em quem votar”. E comentou que "a Igreja Católica é apartidária, pelo menos deve ser".

Mesmos os católicos, porém, adentraram recentemente no delicado terreno da política. Nas últimas eleições municipais, por exemplo, imperou um clima de briga entre o candidato à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, e o Arcebispo Dom Odilo Scherer.

CNBB

A politização da religião foi criticada também pelo sacerdote na iniciativa da CNBB em dar força às CEBs, comunidades que se espalharam no Brasil e na América Latina a partir dos anos 70, calcadas na Teologia da Libertação.

“Se olhar todos os que estão no governo, a maioria surgiu da CEB. O PT surgiu da CEB. Então, que não politize. O perigo é esse: cair na política”, afirmou ao jornal.

Padre Marcelo, que caminha para concluir seu grande templo religioso em São Paulo, lança nesta semana seu segundo livro, “Kairôs”.

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