Igreja: o religioso, identificado como Edilson Soares Correa, já foi afastado de suas funções pela Arquidiocese de Niterói. (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2013 às 17h43.
Rio de Janeiro - Um padre católico acusado de manter relações sexuais com duas irmãs de 10 e 19 anos, assim como com outra jovem de 15, foi indiciado pela Polícia Civil de Niterói por supostamente abusar da menor durante três anos.
A família das duas irmãs, que fez a denúncia, alega ter como prova um vídeo no qual o sacerdote aparece tendo relações sexuais com duas jovens na casa paroquial da igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, em Niterói.
O religioso, identificado como Edilson Soares Correa, já foi afastado de suas funções pela Arquidiocese de Niterói.
Segundo um comunicado da arquidiocese, com o caso já sendo investigado, "obviamente o sacerdote não será responsável por nenhuma paróquia, já que foi totalmente afastado temporariamente de suas funções".
A delegada Marta Dominguez, chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher e responsável pela investigação, afirmou que o padre foi denunciado por "estupro de vulnerável" por supostamente ter abusado da menor de 10 anos desde que a menina tinha 7 anos.
Apesar dos exames iniciais demonstrarem que a menor ainda é virgem, a polícia decidiu iniciar o processo, já a que a menina disse que o religioso havia tocado suas partes íntimas, o que já configura um crime.
De acordo com a delegada, apesar das acusações de que também abusou das jovens de 15 e 19 anos, a lei não considera crime as relações consentidas com adolescentes de mais de 14 anos.
Soares Correa, segundo a delegada, admitiu ter tido relações sexuais com a jovem de 19 anos, mas somente quando a mesma já era maior.
O caso foi revelado quando a mais velha das irmãs, que é afilhada do sacerdote, confessou que o encontrava desde que tinha 15 anos e, pressionada por seus parentes, aceitou registrar em vídeo um dos encontros. No vídeo também aparece outra jovem de 15 anos.
Segundo o advogado de Soares Correa, Roberto Vitagliano, o religioso admite que teve relações com as jovens de 15 e 19 anos desde o ano passado, mas nega qualquer contato com a menor.
"A conduta do sacerdote será julgada pela igreja e por seus fiéis, mas, juridicamente, ele é inocente. Não há nada contra ele", declarou o advogado.
Vitagliano assegura igualmente que o pai das duas irmãs chegou a exigir dinheiro a seu cliente para não divulgar o vídeo e que apenas apresentou a acusação quando o sacerdote se negou a ser vítima da suposta extorsão.
Segundo o advogado, as jovens seduziram o sacerdote para poder gravar o vídeo com o qual queriam extorqui-lo.