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Algo tem que ser explicado (sobre pesquisas), diz Padilha

Pesquisas apontavam que petista teria no máximo 13% dos votos, enquanto a realidade mostrou 18%


	O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Alexandre Padilha, vota em São Paulo
 (Rodrigo Petterson/ Analítica)

O candidato ao governo de São Paulo pelo PT, Alexandre Padilha, vota em São Paulo (Rodrigo Petterson/ Analítica)

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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2014 às 22h37.

São Paulo - O candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, criticou neste domingo os institutos de pesquisa, que apontavam que ele teria no máximo 13% dos votos válidos.

No entanto, ele terminou a disputa com 18%. "Não vou falar que tem má-fé, mas algo tem que ser explicado. Toda vez, a 12 horas da eleição, os institutos de pesquisas, dão sete pontos a menos para o PT. Há algo que não acompanha as intenções de voto", disse, durante coletiva de imprensa para comentar o resultado das eleições.

Padilha também fez críticas à imprensa e lembrou que durante mais de 30 dias de campanha ficou sem a cobertura diária do telejornal da TV Globo, justamente por conta do critério de sua colocação nas pesquisas.

O petista exaltou o fato de ter sido a única candidatura que apresentou programa de governo para o Estado e disse que o PT vai fazer uma "oposição construtiva" em relação a Alckmin.

"Não vamos arredar um centímetro do papel que a população nos deu de ser oposição, oposição construtiva", disse.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), foi reeleito para mais quatro anos de mandato já no primeiro turno. Com 99% das urnas apuradas, Alckmin obteve 57,32%, dos votos válidos.

Paulo Skaf (PMDB) ficou em segundo lugar ao registrar 21,54%. Já o petista teve 18,20%. Alckmin soma mais de 12 milhões de votos, contra 4,5 milhões de Skaf e 3,8 milhões do candidato do PT.

Quando 80% dos votos estavam apurados, Padilha disse que telefonou para o governador Alckmin para parabenizá-lo pela vitória.

Padilha começou a pré-campanha pelo interior do Estado, com a caravana Horizonte Paulista.

Ao longo do processo eleitoral, no entanto, o petista concentrou boa parte de sua campanha no chamado 'cinturão vermelho', cidades próximas à capital paulista governadas pelo PT e em bairros historicamente simpatizantes ao partido.

Na última semana da corrida eleitoral, por exemplo, Padilha fez ao lado de Lula uma "maratona" por redutos petistas, mas que não foi suficiente para levá-lo ao segundo turno.

Desde o início da corrida eleitoral, pesquisas apontavam Padilha na terceira colocação. Durante boa parte do tempo, o petista não conseguia chegar aos dois dígitos de intenção de votos.

Nesta reta final, apareceu com 11% das intenções de voto e, no máximo, 13% dos votos válidos. O resultado de hoje, segundo alguns petistas, mostra que as pesquisas costumam "errar" nas intenções de voto dos candidatos do partido em São Paulo.

Histórico

O PT nunca conseguiu a vaga do Palácio dos Bandeirantes. Em 2010, o então candidato Aloizio Mercadante, hoje ministro da Casa Civil, ficou em segundo lugar na disputa, com 35,23% dos votos e acabou derrotado para Geraldo Alckmin, que teve 50,63%.

Em 2006, quando Mercadante disputou pela primeira vez, ele foi derrotado para José Serra, que teve 57,92% ante 31,68%.

Em 2002, quando o candidato do partido foi José Genoino, o petista teve 32,4% ante 38,2% de Alckmin e conseguiu ir para o segundo turno, quando foi derrotado pelo tucano, que teve 58,64% ante 41,36% do petista.

Reações

Integrantes do PT e do PCdoB, que indicou o vice Nivaldo Santana, assistiram a apuração em um hotel na região da Avenida Paulista e comemoram em alguns momentos, como quando foi anunciada a decisão da eleição e Flávio Dino (PCdoB) e a o melhor desempenho da presidente Dilma Rousseff no Estado de Aécio Neves, Minas Gerais.

A reação mais positiva, no entanto, foi o anúncio da eleição de Fernando Pimentel no estado mineiro, no primeiro turno. No momento em que foi anunciada pela TV a reeleição do governador Geraldo Alckmin os petistas vaiaram.

Padilha não assistiu a apuração no salão aberto e preferiu ficar em sala reservada com familiares e com o prefeito Fernando Haddad.

Além do presidente estadual do partido, Emidio de Souza, há poucas lideranças do partido no evento. Ao chegar para a coletiva, ele foi aplaudido e teme seu nome saudado pelos militantes que também gritavam saudações ao PT.

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