Brasil

Padarias têm falta de mão de obra qualificada

Segundo associação do setor, falta de mão de obra é o maior entrave para o crescimento; curso a distância tentará resolver o problema

Padaria em Sâo Paulo: além da mão de obra, carga tributária também dificulta o crescimento  (Mario Rodrigues/Veja SP)

Padaria em Sâo Paulo: além da mão de obra, carga tributária também dificulta o crescimento (Mario Rodrigues/Veja SP)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de março de 2011 às 15h12.

Rio de Janeiro - O setor de panificação brasileiro tem dois grandes problemas para solucionar este ano. Um é a escassez de mão de obra, disse à Agência Brasil o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), Alexandre Pereira Silva. “Hoje, nós temos um déficit no Brasil em torno de 30 mil postos de trabalho. Faltam empregos com qualificação”. O setor é um grande empregador do chamado primeiro emprego, ressaltou Silva. “Mas, precisamos de gente com qualificação. E esse é hoje um grande gargalo do crescimento”.

Para solucionar o problema de falta de pessoal qualificado, está sendo lançado um curso de panificação à distância na 23ª Super Rio Expofood, feira do setor supermercadista do estado do Rio de Janeiro, aberta hoje (22), na capital fluminense. O curso é certificado pela Max Foods Consultoria em Panificação, principal empresa do setor no Brasil.

Em segundo lugar, listou a carga tributária excessiva. A Abip está trabalhando com o governo para tentar desonerar o pão, tirando o produto da base de cálculo do Simples, que é o imposto unificado para micro e pequenas empresas. Segundo informou Alexandre Pereira Silva, o pão apresentou no ano passado um dos menores índices de aumento de preço, 8%, enquanto o preço da carne subiu mais de 50%. “Não há nenhuma indicação de aumento acima da inflação para os próximos meses”.

De acordo com dados da Abip, o brasileiro consome, em média, 33,5 quilos de pão por habitante por ano. Embora o setor esteja crescendo nos últimos anos acima de outros segmentos, em função dos serviços diversificados oferecidos pelas padarias e confeitarias, o consumo tem se mantido estável. “Não estamos conseguindo aumentar o consumo per capita de pão, que está estagnado há quatro anos”, disse Silva. Com a desoneração do pão francês, o preço ao consumidor poderá ficar até 5% mais baixo. O presidente da Abip estima que “isso pode ser um fator de aumento do consumo, além da oferta de maior diversidade, um mix maior de produtos”.

O número de empregos do setor cresceu 3,4% no ano passado. Em todo o território, são quase 800 mil postos de trabalho. A perspectiva é de evolução do quadro de empregos. “Se nós conseguirmos melhorar a capacitação de mão de obra, a gente pode ter um crescimento maior do número de empregos”.

O Brasil tem em torno de 64 mil padarias. Os estabelecimentos se acham em processo de modernização, investindo em reforma das unidades existentes. A adoção de novas tecnologias é uma tendência crescente, na busca de técnicas avançadas de congelamento e automação, entre outros sistemas. A perspectiva do setor é crescer este ano entre 10% e 12% este ano. Em 2010, o setor experimentou expansão de 13,7% no faturamento, que alcançou R$ 56,3 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoAlimentosMão de obraTrigo

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso