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Pacientes adultos com HIV terão tratamento antecipado

Ministério da Saúde ofertará a terapia com antirretrovirais assim que a infecção for identificada, qualquer que seja o estágio da doença


	Alexandre Padilha: "nova estratégia coloca o País na vanguarda do tratamento", afirmou o ministro da Saúde
 (Wilson Dias/ABr)

Alexandre Padilha: "nova estratégia coloca o País na vanguarda do tratamento", afirmou o ministro da Saúde (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2013 às 19h03.

Brasília - Pacientes adultos com HIV terão o tratamento antecipado no Brasil. O Ministério da Saúde ofertará a terapia com antirretrovirais assim que a infecção for identificada, qualquer que seja o estágio da doença. Com a mudança, a expectativa é a de que pelo menos cem mil novos pacientes passem a fazer uso do remédio. Atualmente, são 313 mil.

"A nova estratégia coloca o País na vanguarda do tratamento", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A oferta de antiaids para todos os portadores do vírus é adotada somente pelos Estados Unidos e França. A mudança na indicação do uso do remédio deve ser posta em prática até o fim de 2013. Está prevista também a incorporação no protocolo de uma nova droga, combinada, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O três em um, composto por tenofovir, lamivudina e efavirenz, aguarda certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assim que for liberado, o produto deverá ser indicado para pacientes no início de tratamento. 

O tratamento precoce tem dois objetivos. O primeiro deles é ampliar a proteção do paciente com HIV. Pesquisadores concluíram que a estratégia melhora de forma significativa a qualidade de vida do soropositivo, além do efeito protetor. A medida também tem um caráter de saúde pública. Ao tomar o antirretroviral, os níveis de vírus no organismo são reduzidos de forma significativa, dificultando a contaminação do parceiro, no caso de relação sexual sem camisinha. 

"Ela não impede, mas reduz a transmissão", afirmou. A coordenadora do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)-Aids de São Paulo, Maria Clara Gianna, disse considerar a antecipação do tratamento uma medida importante. "Não há dúvida de que é um avanço." Maria Clara destacou no entanto ser necessário agora organizar o sistema de atendimento porque, "certamente", a demanda nos serviços deverá crescer. 

De acordo com ela, um outro ponto importante é assegurar a precocidade no diagnóstico da doença. Caso contrário, ainda legião de pacientes não se beneficiará com a mudança da recomendação. "Em São Paulo, ainda 25% dos pacientes são diagnosticados com CD4 menor que 200", disse. Padilha afirmou que, a média brasileira é de, aproximadamente, 30%. Segundo o ministro da Saúde, o indicador vem melhorando e estratégias para ampliar a testagem são postas em prática.

Padilha disse não haver, no momento, a estimativa de qual será o impacto no orçamento para ampliação da indicação do remédio. Atualmente, do R$ 1,2 bilhão reservado no orçamento para aids, R$ 770 milhões são destinados para medicamentos. O ministério afirmou que, para o cálculo exato, é preciso saber qual será o preço da droga combinada, produzida pela Fiocruz.

A política de antecipar o tratamento de pacientes com HIV é adotada pelo governo há alguns anos. Em 2012, o início do uso de drogas passou a ser indicado para pacientes com contagem de defesa no organismo (CD4) igual ou inferior a 500. Soropositivos com parceiros sem HIV também passaram a ter indicação do uso precoce do medicamento, independentemente da carga viral.

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