Rodrigo Pacheco: "Esse compartilhamento de estoques, caso autorizado, daria impulso decisivo ao esforço de imunização dos 210 milhões de brasileiros" (Adriano Machado/Reuters)
André Martins
Publicado em 19 de março de 2021 às 20h14.
Última atualização em 19 de março de 2021 às 20h18.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, enviou nesta sexta-feira (19) à vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, um pedido de autorização especial para que o Brasil compre vacinas contra a covid-19 do estoque americano. Harris é também a presidente do Senado dos Estados Unidos, pois, no sistema americano, os dois cargos se acumulam. Pacheco, por sua vez, exerce a presidência do Congresso Nacional.
No documento, Pacheco declara o interesse do Brasil em adquirir doses de vacina estocadas pelos Estados Unidos e ainda sem a previsão de uso local. Não há uma estimativa de número de doses a serem transferidas. Ele ressalta que o gesto "aprofundaria os laços de cooperação" entre os dois países e teria repercussões positivas internacionalmente, uma vez que o Brasil é, hoje, o "epicentro" da pandemia.
"Toda a comunidade internacional ganharia, em segurança sanitária e estima moral, com iniciativa de tamanha relevância e grandeza", afirma.
A mensagem também estende a oportunidade para que o Congresso e o governo americanos sugiram outras iniciativas de colaboração entre o Brasil e os Estados Unidos na área da saúde e do combate à pandemia.
Em suas redes sociais, Pacheco reproduziu trecho da mensagem no qual afirma que uma resposta favorável seria uma contribuição importante para o plano nacional de vacinação.
"Esse compartilhamento de estoques, caso autorizado, daria impulso decisivo ao esforço de imunização dos 210 milhões de brasileiros", escreveu o presidente do Senado brasileiro.
Os EUA confirmaram nesta sexta-feira, 19, que o país enviará doses de vacinas contra o coronavírus da AstraZeneca ao Canadá e ao México. Segundo o coordenador da resposta da Casa Branca à pandemia de covid-19, Jeff Zients, o governo canadense receberá 1,5 milhão de imunizantes e o mexicano, 2,5 milhões.
Pacheco afirmou também ter pedido nesta sexta-feira ao futuro ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, um plano de ação "contundente" de enfrentamento à pandemia de covid-19.
O presidente do Senado tem verbalizado a demanda e a preocupação de muitos parlamentares, assustados com os números recordes de casos e óbitos pelo novo vírus e abatidos com a morte de mais um colega, o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), na quinta-feira.
"Recebi, nesta sexta-feira, o novo ministro da Saúde, o médico Marcelo Queiroga. O novo ministro solicitou apoio do Congresso às medidas de combate à pandemia. Sugeri a ele a importância de um plano de ação contundente para o enfrentamento da pandemia", publicou o presidente do Senado no Twitter.
"Plano focado nos medicamentos para sedação, inclusive adquiridos no exterior, abertura de novos leitos de UTI, cumprimento do cronograma de vacinação e realização de uma força tarefa imediata junto a laboratórios que possam fornecer imunizantes em quantidades suficientes ao país", acrescentou.
Pacheco encampa uma tentativa de reunir, na próxima semana, representantes dos três Poderes, de Estados, municípios e de entidades em uma reunião de coordenação nacional para o combate à crise do coronavírus.
Assim que for formalizado no comando da Saúde, Queiroga deve comparecer a uma audiência pública no Senado para debater com senadores as ações do governo federal. O médico foi indicado esta semana para substituir Eduardo Pazuello, mas ainda não foi nomeado oficialmente.
(com Agência Senado e Reuters)