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Oxigênio da Venezuela chega ao Brasil com destino a Manaus

Caravana, com 136 mil litros de oxigênio, deve ajudar a amenizar a situação em Manaus, cidade onde os hospitais entraram em colapso

UPA José Rodrigues, avenida Camapuã, Cidade Nova, zona Norte, Manaus  (Márcio James/Amazônia Real/Divulgação)

UPA José Rodrigues, avenida Camapuã, Cidade Nova, zona Norte, Manaus (Márcio James/Amazônia Real/Divulgação)

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AFP

Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 20h05.

A carga de oxigênio enviada pela Venezuela para ajudar Manaus, castigada por uma nova onda da pandemia de covid-19, entrou em território brasileiro, informaram fontes oficiais.

Espera-se que o comboio, que cruzou a fronteira com o estado de Roraima, chegue a Manaus na terça-feira por volta das 10h locais, informou à AFP o governo do Amazonas.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro disse que o comboio é de seis caminhões. A mídia brasileira mostrou imagens de quatro veículos entrando no país.

A caravana, com 136 mil litros de oxigênio, deve ajudar a amenizar a situação em Manaus, cidade de 2,2 milhões de habitantes, onde os hospitais entraram em colapso após uma explosão de casos do coronavírus.

O país enviou a ajuda a seu vizinho apesar de o governo do presidente Jair Bolsonaro não reconhecer o do venezuelano Maduro, a quem chama de "ditador" de esquerda.

Maduro disse no domingo que a situação em Manaus é um "escândalo" e que "a Venezuela estendeu sua mão solidária ao povo do Amazonas".

O presidente Bolsonaro ironizou o envio da ajuda, mas se mostrou disposto a recebê-lo.

"Se o Maduro quiser fornecer oxigênio para nós, vamos receber sem problema nenhum. Agora, ele poderia dar auxílio emergencial para o seu povo também. O salário mínimo lá não compra meio quilo de arroz", disse o presidente nesta segunda-feira a apoiadores em Brasília.

"Lá eles não têm cachorros, por que? Alguma praga? Comeram todos os cachorros, comeram todos os gatos. E aí vêm uns idiotas elogiando: olha o Maduro, que coração grande!", acrescentou Bolsonaro.

A Venezuela enfrenta a pior crise econômica de sua história moderna, com hiperinflação e sete anos de recessão, o que impactou seu próprio sistema de saúde, afetado pela escassez de suprimentos médicos e material de proteção para a covid-19.

Jaime Lorenzo, membro da ONG Médicos Unidos Venezuela, explicou à AFP que o oxigênio não acabou nos hospitais, mas que a infraestrutura para atender problemas respiratórios é precária.

No entanto, há pacientes em regiões fronteiriças como Táchira que precisaram recorrer ao mercado clandestino para comprar oxigênio.

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