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Céu nebuloso para Temer

O destino de Eduardo Cunha será selado em setembro, como anunciou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ou em novembro, como querem seus aliados, segundo o jornal Folha de S. Paulo? De qualquer forma, resolver a situação depois do impeachment era tudo que queria o governo interino de Michel Temer. É um perigo a menos […]

TEMER: querido apenas no Congresso, presidente precisa se apressar para passar suas reformas / Beto Barata/PR

TEMER: querido apenas no Congresso, presidente precisa se apressar para passar suas reformas / Beto Barata/PR

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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2016 às 20h19.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h16.

O destino de Eduardo Cunha será selado em setembro, como anunciou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ou em novembro, como querem seus aliados, segundo o jornal Folha de S. Paulo? De qualquer forma, resolver a situação depois do impeachment era tudo que queria o governo interino de Michel Temer. É um perigo a menos no caminho de sua consagração. O problema, que vai ficando cada vez mais claro: se até pouco tempo atrás se acreditava que o interino teria vida tranquila depois de efetivado, essa crença está cada vez mais distante.

Além dos tiros vindos de Cunha, que pode não se calar depois de cassado, o principal motivo para o temor são as delações premiadas que estão por vir. Depois do baque de aparecer nas revelações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e nas possíveis declarações de executivos da Odebrecht, assessores próximos, ministros e até o próprio Temer ainda podem aparecer em outros depoimentos.

Outra dificuldade, cada vez mais clara, será a articulação política. Nesta quinta-feira, Temer garantiu a empresários que tem força política no Congresso para aprovar medidas importantes. É uma tentativa de responder a uma inquietação crescente do mercado, após o governo retirar do pacote de renegociação com os estados uma contrapartida considerada fundamental – a proibição de reajuste a servidores.

Até pouco tempo, se imaginava que as concessões a aliados eram parte do plano de costurar apoios para se manter no cargo. Agora, vai ficando claro que pode ser uma tática definitiva. Ainda ontem, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou um novo recuo do Planalto: o Ministério do Desenvolvimento Agrário será recriado em setembro.

Se o governo continuar alvo de denúncias, as cobranças por cargos e concessões vão continuar ad infinitum. Nesse cenário, o governo terá muitas dificuldades em aprovar pautas fundamentais, como a reforma da Previdência. “É uma ilusão do mercado achar que, com esse Congresso fisiológico, o presidente conseguirá implementar um ajuste efetivo”, diz Antônio Queiroz, analista político do Diap. O céu continuará nebuloso pós-setembro.

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