Tratamento de água em Limeira, São Paulo: falta muito para vencer o atraso no saneamento (Claudio Rossi/EXAME.com)
Raphael Martins
Publicado em 21 de fevereiro de 2016 às 06h00.
Última atualização em 1 de agosto de 2017 às 15h54.
São Paulo – O Ministério das Cidades divulgou nesta semana o principal relatório com dados de saneamento no Brasil, o Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (Snis). Na edição estão os resultados mais recentes disponibilizados pelo levantamento do governo, do ano de 2014.
Os números mostram que a evolução do sistema de saneamento no Brasil segue em marcha lenta. Naquele ano, a ampliação da rede de água cresceu apenas 1,5%, enquanto a coleta de esgoto chegou subiu 3,7% no comparativo com 2013. Em termos de população, estão acessíveis ambos os serviços para 46,7% dos residentes em área urbana.
Sob esse ritmo de expansão, a universalização dos sistemas de água e esgoto só seriam alcançados em 2040, sete anos depois do que prevê a meta fixada pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), para 2033.
O Ministério aponta como principais dificuldades a liberação de recursos e a dificuldade de planejamento para obras, tando de aumento do atendimento como mitigação das perdas. O desperdício faz com que a água se perca no caminho e empresas não consigam faturar sobre a água produzida.
Considerando estes fatores, EXAME.com montou três índices para medir quais estados estão mais longe nesse caminho de melhorias e universalização do saneamento básico e que melhor aproveitam esses recursos. Já que o Ministério das Cidades não mostra o grau de universalização por UF — apenas por região —, este fator está desconsiderado.
Foram medidos o consumo per capita de água (l/hab.dia), índice de perdas na distribuição para água e serviços de tratamento de esgoto (% entre produzido e faturado) e menos investimento em melhorias de saneamento per capita. A ideia é contrastar o alto consumo com o quanto se gasta para melhorar o serviço e quanto poderia ser aprimorado em produtividade.
Lidera a lista o estado de Rondônia: é o terceiro entre os que mais gastam, oitavo que mais perde e quinto com menos investimento em melhorias por habitante.
Na mesma lógica, fecham o top 10 Acre, Amazonas, Maranhão, Amapá, Piauí, Pará, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Sergipe, nessa ordem.
Veja abaixo como se saiu cada UF nos ranking montados.