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"Os golpistas que me destituíram se destruíram politicamente", diz Dilma

Ao programa espanhol "Conversatorios em Casa de América", a ex-presidente disse que sua saída do poder foi um "golpe parlamentar midiático"

Dilma: ao programa, a ex-presidente também falou sobre a prisão de Lula (Ueslei Marcelino/Reuters)

Dilma: ao programa, a ex-presidente também falou sobre a prisão de Lula (Ueslei Marcelino/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de abril de 2018 às 14h31.

Última atualização em 11 de abril de 2018 às 14h33.

Madri - A ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff considera que os "golpistas" que a destituíram em 2016 fracassaram e se destruíram "politicamente" ao aplicar políticas econômicas e sociais que não foram votadas majoritariamente quando ela foi eleita para um segundo mandato (2014).

"Desde que tomei posse do meu cargo, claramente tentaram me tirar do poder", declarou em Madri ao programa "Conversatorios em Casa de América" de TVE que será transmitido em breve.

O Senado a destituiu por irregularidades nas contas públicas, o que ela atribui a um "golpe parlamentar midiático", pois seu caso nunca foi julgado.

Além disso, a ex-líder também o relaciona com o processamento, condenação e encarceramento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) por corrupção passiva, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT).

Dilma disse que trata-se de "impedir" que Lula concorra às eleições presidenciais de outubro, já que está na liderança em "todas as pesquisas"; é "inocente" e foi condenado em um processo "sem nenhum fundamento".

Segundo Dilma, o "golpe" sofreu uma derrota "estrondosa" porque seu promotor não consegue apresentar um candidato "confiável" para essas eleições.

"Os golpistas não conseguem apresentar nenhum candidato, já que os que vão apresentar estão envolvidos, com provas tangíveis que demonstram, porque foram gravados, que são corruptos, e também porque impuseram ao país uma agenda de retrocesso social e econômico muito forte", argumentou.

"Nós criamos as condições para reprimir a corrupção, agora o necessário para lutar contra ela são instituições virtuosas", acrescentou.

Sobre a Petrobras, Dilma disse que nenhuma empresa de petróleo está isenta de corrupção e que agora estão tentando "claramente privatizá-la".

Quanto à pobreza, assegurou que o Brasil "saiu do mapa (mundial) da fome" com os governos do PT, ao mesmo tempo que considerou que for revertida essa situação, "a violência vai continuar aumentando, essa pequena violência que alimenta a grande violência".

Sobre lavagem de dinheiro da droga, no Brasil, Dilma foi enfática. "O sistema bancário".

Questionada sobre se voltará à política, disse que sim porque nunca a deixou.

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