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1. Patrimônio gordo
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1/7 (Wilson Dias/ABr)
O primeiro escândalo ministerial a abalar o governo
Dilma neste ano foi a queda do ministro da Casa Civil,
Antonio Palocci (PT). Denuncias de que o patrimônio do ministro havia crescido 20 vezes entre os anos de 2006 e 2010, período em que ele atuou como deputado federal e manteve uma consultoria privada, fizeram com que Palocci deixasse o cargo em 7 de junho, substituído por
Gleisi Hoffmann (PT). Palocci já havia deixado o ministério da Fazenda na gestão Lula, após ser investigado por suspeita de ter quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
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2. Obras superfaturadas
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2/7 (Renato Araujo/ABr)
Um suposto esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propinas por servidores públicos foi o responsável pela queda de mais um ministro de Dilma, Alfredo Nascimento (PR), responsável pela pasta dos Transportes. Uma reportagem da revista Veja denunciou o esquema que envolvia dois assessores diretos do então ministro. De acordo com a investigação, o esquema seria coordenado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto, e garantiria ao partido até 5% do valor de contratos firmados pela pasta e sob a gestão dos assessores. Com novas denuncias de que o patrimônio do filho do ministro, o arquiteto Gustavo Morais Pereira, havia tido um crescimento astronômico nos dois anos anteriores, Nascimento não resistiu e entregou o cargo em 6 de julho, sendo substituído pelo economista Paulo Sérgio Passos.
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3. Língua solta
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3/7 (Antonio Cruz/Agência Brasil)
As farpas soltas pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), também foram um episódio marcante do governo Dilma e culminaram com a sua saída do cargo em 4 de agosto. Jobim já havia causado mal-estar ao declarar que havia votado em José Serra (PSDB) nas eleições presidenciais. O quadro se agravou após o então ministro declarar em entrevista à revista "Piauí" que a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) era "fraquinha" e que Gleisi Hoffmann (Casa Civil) "sequer conhece Brasília". Em solenidade no Planalto em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Jobim soltou a língua mais uma vez e disse ser preciso tolerar a convivência com "idiotas", que "escrevem para o esquecimento". Ao tentar se explicar, ele argumentou que se referia a jornalistas, mas os petistas tomaram as dores. A desculpa não colou e Jobim acabou substituído por Celso Amorim.
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4. Crise no campo
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4/7 (Marcello Casal Jr./ABr)
Após a saída de Jobim, foi a vez de Wagner Rossi (PMDB), ministro da Agricultura, entrar na berlinda. Foi alvo de uma série de acusações de corrupção na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), incluindo pagamento de propinas em troca de contratos e favorecimento em troca de financiamento de campanha. As primeiras acusações partiram de Oscar Jucá Neto, ex-funcionário da Conab, que denunciou acertos ilegais feitos entre o ministério e empresas. Em seguida, uma reportagem da revista Veja revelou que o lobista Júlio Fróes atuava em uma sala do prédio do ministério, intermediando negócios e licitações para defender os interesses de empresas nos contratos. Uma entrevista de Israel Leonardo Batista, ex-chefe da comissão de licitação da Agricultura, dizendo que o Ministério da Agricultura foi "corrompido" e denuncias de que Rossi utilizou jatinhos privados para viajar agravaram ainda mais o cenário e, em 23 de agosto, o deputado Mendes Ribeiro (PMDB) substituiu o quarto ministro a cair.
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5. Contas pessoais
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5/7 (Beto Oliveira/Agência Câmara)
Pedro Novais, do Turismo, foi o quinto ministro do governo Dilma a deixar o cargo. Em reportagem da Folha de S. Paulo, foi acusado de pagar com dinheiro público o salário de sua governanta em Brasília por sete anos e empregar um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular de sua mulher. O ex-ministro já tinha um histórico pouco favorável: logo após a sua nomeação, denuncias revelaram que Novais usou R$ 2.156 da sua cota parlamentar para pagar despesas de um motel em São Luís, em junho do ano passado. Novais também foi flagrado em escutas da Polícia Federal pedindo ao empresário Fernando Sarney que beneficiasse um aliado na Justiça Federal. Ele pediu demissão no dia 14 de setembro, dando lugar ao deputado federal Gastão Vieira (PMDB).
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6. Convênios fraudulentos
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6/7 (José Cruz/ABr)
Após sucessivas denúncias de fraudes em convênios do ministério dos Esportes, Orlando Silva, então responsável pela pasta, deixou o governo em outubro de 2011. Reportagens denunciaram que o ministro teria participação em um esquema de desvio de dinheiro público do Segundo Tempo, um programa do federal destinado a promover o esporte em comunidades carentes. As denuncias foram feitas pelo policial militar João Dias Ferreira em entrevista a revista Veja. Ferreira e seu motorista, Célio Soares Pereira, disseram que o ministro chegou a receber parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério. Silva tentou desqualificar o policial militar, mas novos documentos comprovaram que os dois haviam feito “negócios” no passado. Dilma Rousseff escolheu o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) para assumir a pasta.
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7. Relações perigosas
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7/7 (Ueslei Marcelino/Reuters)
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi o sétimo a deixar o cargo antes do fim do primeiro ano do governo Dilma, alvo de uma série de denúncias de irregularidades, dentre elas, o envolvimento em um esquema de cobrança de propina de ONGs e sindicatos. Lupi também foi acusado de ter feito uma viagem oficial em um avião fretado pelo dono de uma das ONGs que prestava serviços ao Ministério do Trabalho. Apesar de ter negado veementemente as acusações, fotos comprovando que a viagem havia acontecido surgiram nos dias que se seguiram. O ex-ministro também é suspeito de ter sido funcionário fantasma da Câmara dos Deputados durante quase seis anos. Após várias rodadas de denúncias, deixou o cargo no início de dezembro. O secretário executivo, Paulo Roberto Santos Pinto assumiu a pasta interinamente.