Brasil

Os dilemas da reforma do ensino

Nesta terça-feira, os deputados votam em plenário a MP 746, que vai reformar o ensino médio brasileiro. O texto base foi aprovado na quarta-feira passada, por 263 votos a 106, mas deputados devem votar sugestões de emendas ao longo do dia. Após essa etapa, o texto segue para votação no Senado. Todo o processo deve ser […]

Sala de aula (Getty/Getty Images)

Sala de aula (Getty/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 05h51.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h46.

Nesta terça-feira, os deputados votam em plenário a MP 746, que vai reformar o ensino médio brasileiro. O texto base foi aprovado na quarta-feira passada, por 263 votos a 106, mas deputados devem votar sugestões de emendas ao longo do dia. Após essa etapa, o texto segue para votação no Senado. Todo o processo deve ser concluído até o dia 2 de março.

Entre as discussões desta terça, devem constar a obrigatoriedade de disciplinas como sociologia e filosofia ao longo de todo ensino médio – português, inglês, matemática, artes e educação física já estão fixadas. O projeto também prevê que o aluno pode escolher uma área de especialização logo no primeiro ano do ensino médio; que a Base Curricular Comum deve corresponder a 60% do currículo obrigatório; e que as escolas têm cinco anos para ampliar a carga horária de 800 horas anuais para 1.000.

O ensino integral, que é uma das principais bandeiras do governo, não está bem resolvido. Ainda não há prazo estabelecido para alcançar as 1.400 horas anuais, equivalentes a sete horas diárias de atividades na escola. Além disso, a MP prevê que o governo federal deve aportar recursos pelos próximos dez anos para que as unidades de ensino possam ampliar a carga horária, mas o volume dos investimentos também não está definido.

Eis um dos pontos mais polêmicos do projeto. Com a PEC do teto de gastos correndo no Senado e a consequente limitação dos recursos para a educação, a viabilidade da MP é questionável, uma vez que ampliar a carga horária em 75% e oferecer especializações em cinco áreas diferentes (linguagens, ciências da natureza, ciências humanas e sociais, matemática e formação técnica) exigem estrutura que hoje as escolas não possuem. O ministro da Educação Mendonça Filho tem insistido em dizer que não faltam recursos, falta eficiência.

Entre 1995 e 2013, os investimentos em educação passaram de 4% a 6% do PIB – a proposta do Plano Nacional de Educação era de que chegassem a 10% até 2024. Com esse dinheiro, foi possível dobrar o número de alunos na educação infantil e no ensino médio. A parcela de brasileiros de até 34 anos com ensino médio completo passou de 26% para 61%. A qualidade, porém, continua uma “vergonha”, como diz o ministro. Sem novos recursos, a reforma não garante que deixaremos essa condição.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteEducaçãoExame Hoje

Mais de Brasil

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas