(Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2016 às 05h56.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h20.
Os acontecimentos da semana devem mostrar que os cobertores político e econômico do governo Temer são mais curtos do que se imaginava. O governo federal deve apresentar nos próximos dias uma proposta de socorro financeiro aos governadores com recursos provenientes da repatriação de bens no exterior e mais 100 bilhões de reais do BNDES.
O modelo do auxílio ainda não foi definido, mas segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, a equipe econômica está elaborando um plano de liberações mensais caso os estados cumpram uma meta pré-estabelecida. Nesta semana, Temer já deve se encontrar com os governadores para definir as contrapartidas para os repasses dos recursos.
Seja como for, o projeto repete o modus operandi que levou as contas públicas brasileiras à bancarrota. A União vai aumentar sua dívida para cobrir os déficits de estados como o Rio de Janeiro. Faz apenas dois anos que o governo federal renegociou as dívidas dos estados. “Medidas paliativas apenas resultarão em uma crise ainda mais severa nos próximos anos”, escreveu o economista Marcos Lisboa na Folha de S. Paulo, no domingo.
Em outra frente, a comissão de ética da presidência deve decidir nesta segunda-feira se abre uma investigação contra o ministro Geddel Vieira Lima, acusa pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de fazer pressão para liberar um empreendimento em que comprou um imóvel. Calero foi o quinto ministro a deixar o governo; Geddel pode ser o sexto.
É mais uma crise na equipe que aumenta o rol de desafios de Temer, com dificuldades em conter a corrupção, em sanar as finanças – e em fazer o país voltar a crescer. O PIB insiste em não decolar, a inflação e o desemprego insistem em não cair. Ninguém falou que seria fácil.