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Os candidatos e celebridades que apoiam Bolsonaro e Haddad

Candidatos derrotados na disputa pelo Planalto ainda avaliam apoio, mas outros políticos e celebridades já se manifestaram nas redes sociais

Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) (Montagem/Exame)

Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) (Montagem/Exame)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 8 de outubro de 2018 às 16h46.

Última atualização em 9 de outubro de 2018 às 10h38.

São Paulo — Com o segundo turno da eleição presidencial definido entre Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT, crescem as expectativas em relação ao apoio dos candidatos derrotados na disputa pelo Planalto. Enquanto eles definem de qual lado ficarão, outros políticos já se pronunciaram sobre o apoio aos candidatos, além de celebridades.

Sem assumir seu apoio para Haddad, o candidato do PDT Ciro Gomes deixou claro que não deverá apoiar Bolsonaro."[Vejo a polarização] com muita angústia e preocupação. Vamos esperar o resultado das eleições, mas o Ceará é um estado muito politizado, eu estou avisando. Não posso demorar uma semana [para decidir sobre apoio no segundo turno], não. Eu costumo decidir as coisas assim, mas é que agora eu represento um conjunto muito grande de forças. Então eu quero anunciar por mim, o meu espírito é continuar fazendo o que eu fiz a minha vida inteira: lutar em defesa da democracia e contra o fascismo. Ele (Bolsonaro) não. Sem dúvida", disse Ciro, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno das eleições.

Em seu discurso após o resultado do pleito, Geraldo Alckmin, do PSDB, não se posicionou sobre um possível apoio a um dos candidatos que seguem na disputa, e afirmou que o partido vai se reunir amanhã para debater esse assunto. "Quero transmitir nosso absoluto respeito ao resultado das urnas e, de outro lado, destacar nossa serenidade, como democratas que somos, e nossa humildade. Percorremos o Brasil inteiro conhecendo a população e aprendendo sobre esse país continente."

Assim como Alckmin, Henrique Meirelles, do MDB, também não se posicionou. “Contem comigo sempre para trabalhar pelo Brasil. Não para trabalhar por um grupo ou por um projeto específico”, disse. Já o candidato do partido Novo, João Amoêdo, não descartou apoio a Bolsonaro no segundo turno.

Ele disse que não há possibilidade de apoiar o PT. "O PT se mostrou muito desalinhado em todo esse tempo com os ideais do Novo, principalmente com as práticas, pois não basta apenas ter as mesmas ideias. Então, o que vai pautar qualquer decisão é a pauta de trabalho. A gente precisa entender um pouco mais as ideias do Bolsonaro."

Marina Silva, da Rede, disse que não apoia candidato autoritário. "Infelizmente, uma realidade marcada cada vez mais pela velha polarização, que agora se tornou tóxica nessa campanha. As candidaturas que não estavam nesses polos tóxicos acabaram sofrendo um esvaziamento em função da pregação do voto útil", disse.

"Não temos nenhuma identificação com nenhum projeto autoritário, pelo menos da minha parte. Mas também é preciso que se reconheça que a democracia é prejudicada tanto pelas ideias autoritárias quanto pelo uso da corrupção que distorce a opção soberana dos eleitores como aconteceu em 2014 com tudo o que está aí", completou Marina.

Enquanto os candidatos derrotados na disputa pelo Planalto estão decidindo quem vão apoiar, outros políticos já se posicionaram a favor de Jair Bolsonaro ou Fernando Haddad. Em São Paulo, por exemplo, o candidato ao governo do estado João Doria, do PSDB, divulgou apoio ao Bolsonaro.

O candidato derrotado ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, do MDB, já havia declarado apoio ao Bolsonaro antes mesmo de o segundo turno entre ele e o Haddad ser confirmado. Na semana passada, durante visita a uma unidade da AACD na capital paulista, Skaf afirmou que não ficaria neutro em hipótese alguma. "E não há hipótese em eu apoiar o candidato do PT. O meu apoio será para Jair Bolsonaro”, disse.

No Rio Grande do Sul, o candidato ao governo do estado Eduardo Leite, do PSDB, que enfrentará o atual governador José Ivo Sartori, do MDB, no segundo turno, acenou apoio a Bolsonaro. “[O apoio] não significa que eu tenha uma posição de aderir a todas as ideias do outro candidato [Bolsonaro]. Mas significa a possibilidade inclusive de composição política, levando as bandeiras que defendemos, de representar algo melhor para o país”, disse.

O candidato Haddad conta com o apoio de membros do partido como Eduardo Suplicy, que não conseguiu se eleger senador pelo estado de São Paulo, e Dilma Rousseff, que também não conseguiu se eleger senadora por Minas Gerais. O petista também tem o apoio de governadores de seu partido que conseguiram se eleger no primeiro turno, como Wellington Dias, do Piauí.

O candidato reeleito ao governo do estado do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, também declarou apoio a Fernando Haddad no segundo turno. Ele criticou a agenda econômica de Bolsonaro, citando "perda de soberania nacional e redução de direitos sociais".

Famosos declaram votos

No meio das celebridades, vários famosos declararam seu apoio a um dos candidatos que disputarão o segundo turno das eleições presidenciais de 2018. Em defesa de Jair Bolsonaro, o jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho publicou em seu Twitter uma foto vestindo uma camisa com o número 17 —uma alusão ao número do candidato do PSL nas urnas.

O irmão do ator Bruno Gagliasso, o também ator Thiago Gagliasso, saiu em defesa de Jair Bolsonaro nas redes sociais. Ele postou uma bandeira do Brasil em sua conta do Instagram dizendo que votaria em João Amoêdo no primeiro turno, mas mudou de ideia para apoiar o candidato do PSL. O ator criticou o Partido dos Trabalhadores.

Já entre os apoiadores de Fernando Haddad está a atriz Maria Ribeiro, que postou uma foto do candidato em seu Instagram com a vice Manuela D'Ávila. "Haddad e Manu me representam. To indo dormir feliz. Ainda tem luta. Vamos pela democracia ate o fim", escreveu a atriz na legenda da foto.

A também atriz e comediante Dadá Coelho saiu em defesa da democracia em sua conta no Instagram. Ela disse que não "curte" o PT, mas que votará em Fernando Haddad no segundo turno para evitar que Jair Bolsonaro ganhe. "Enfim, o nordeste salvou o Brasil do fascismo. Obrigada, meu povo. Eu sou contra Bolsonaro! Não curto o PT. Mas é o que temos. É a escolha entre o preferível e o detestável", disse.

Com Estadão Conteúdo

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