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O contexto da conversa de Temer e Joesley sobre Cunha

O empresário da JBS disse que o presidente da República deu "sinais claros" para comprar silêncio de Cunha

Michel Temer: Joesley contou que, em reunião no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março, Temer lhe disse que Cunha o "fustiga", o que entendeu como "recado de que pagasse" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: Joesley contou que, em reunião no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março, Temer lhe disse que Cunha o "fustiga", o que entendeu como "recado de que pagasse" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2017 às 15h37.

Última atualização em 19 de maio de 2017 às 15h49.

Brasília - O empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse à Procuradoria-Geral da República (PGR) que sempre recebeu "sinais claros" - primeiro, pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) e depois, pelo presidente Michel Temer - de que era necessário fazer pagamentos ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao corretor Lúcio Funaro, presos pela Lava Jato, para que ambos ficassem "calmos" e não partissem para a delação premiada.

O empresário contou que, em reunião no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março, Temer lhe disse que Cunha o "fustiga", o que entendeu como "recado de que pagasse".

O empresário relatou trecho de conversa com Temer no qual tratou dos interesses da JBS em vários órgãos do governo.

"Sobre o BNDES, Temer intercedeu pessoalmente a favor do grupo do depoente, segundo ele afirmou, tendo falado com a presidenta (Maria Sílvia), o que foi infrutífero", diz trecho de documento da PGR.

Joesley relatou também que o presidente lhe assegurou que seria possível ter uma pessoa no Cade, com quem poderia ter uma "conversa franca"; e que faria serem atendidos pleitos do empresário com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

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