Brasil

Organização condena escolha do novo ministro do Esporte

A Atletas pelo Brasil, organização presidida pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser, criticou o modo como o nome foi escolhido


	George Hilton, do PRB: a Atletas pelo Brasil destaca que a escolha para o ministério teve critérios apenas políticos
 (Divulgação)

George Hilton, do PRB: a Atletas pelo Brasil destaca que a escolha para o ministério teve critérios apenas políticos (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2014 às 10h51.

São Paulo - A Atletas pelo Brasil, organização presidida pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser, divulgou nesta segunda-feira um nota oficial em que condena a nomeação do deputado federal George Hilton (PRB-MG) para o comando do Ministério do Esporte, anunciada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff, além de criticar o modo como o nome foi escolhido.

"Exigimos muito mais respeito e cuidado com tudo que envolve o tema Esporte no Brasil. O que está muito longe de acontecer quando constatamos os critérios, ou a falta deles, que foram usados para a escolha do novo ministro", afirma a Atletas pelo Brasil, organização sem fins lucrativos que reúne atletas e ex-atletas de diferentes gerações e modalidades pela melhoria do esporte.

Além disso, a Atletas pelo Brasil destaca que a escolha de George Hilton para o ministério teve critérios apenas políticos.

"A nomeação com critério unicamente político, na maior parte das vezes, traz consigo o aumento da ineficiência de gestão, descontinuidade da política, reinício de convencimentos e processos e tudo isso com custo aos cofres públicos", continua a organização.

A Atletas pelo Brasil também lembrou a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, e avaliou que Dilma perdeu uma excelente oportunidade de agir para melhorar a gestão do esporte no Brasil.

"Às vésperas das Olimpíadas, a Presidente Dilma abriu mão de uma oportunidade de melhorar a gestão do esporte. Decepcionou todo um setor de atletas, jornalistas, empresários, organizações, trabalhadores e amantes do esporte em geral", afirma, destacando que conquistas de atletas brasileiros nem sempre possuem relação com a política esportiva do País.

"E nós, atletas, não podemos mais ser mais usados simplesmente para fotos conjuntas em momentos de vitória nacional. Vamos ser francos, essas conquistas são muitas vezes obtidas a despeito da política esportiva, da legislação e da condução nacional do esporte. E, em alguns casos, encontrando até forças contrárias a dificultar o caminho. Se os governantes querem estar ao lado das vitórias, devem tomar consciência da sua enorme responsabilidade nas derrotas", prossegue a entidade.

Para a Atletas do Brasil, a definição do novo ministro indiciou o "desprestígio" do esporte com as autoridades públicas do País. "Seguimos em frente pois acreditamos em um País melhor, mas reiteramos aqui hoje que, como cidadãos e cidadãs brasileiros, nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor", conclui a Atletas pelo Brasil, que reúne nomes como Bernardinho, Cafu, Gustavo Borges, Kaká, Flávio Canto, Paulo André, Fernando Meligeni, Hortência e Rubens Barrichello.

A nomeação de Hilton causou surpresa nos meios esportivos, por significar a descontinuidade da administração de Aldo Rebelo. A pedido de Dilma, Rebelo deixou de concorrer à reeleição para ficar à frente da pasta na Copa do Mundo. O PC do B tinha esperanças de que Rebelo permaneceria à frente do Esporte também na Olimpíada do Rio.

A pasta tem importância estratégica por fazer parte da Autoridade Pública Olímpica, consórcio que reúne o Estado e a Prefeitura do Rio e gerencia as obras da competição. Além disso, Rebelo é um dos interlocutores do Comitê Olímpico Internacional no Brasil.

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