Oprah e João de Deus: programa foi gravado em 2012 (Oprah Winfrey/Reprodução)
Clara Cerioni
Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 17h54.
Última atualização em 11 de dezembro de 2018 às 18h02.
São Paulo — Após 78 denúncias de mulheres que foram abusadas sexualmente por João de Deus, a apresentadora Oprah Winfrey retirou do ar uma entrevista que realizou com o médium em 2012, em Abadiânia (GO).
Assim que os casos vieram à tona, revelados no Programa do Bial, os brasileiros começaram uma campanha online para que a notícia chegasse até a celebridade norte-americana.
Por meio de um vídeo, a ação afirma que Oprah foi uma das responsáveis por alavancar os poderes curativos do médium — uma vez que seu programa teve grande repercussão internacional.
A gravação pede um posicionamento da apresentadora sobre os casos revelados.
A entrevista que foi ao ar em seu programa "Super Soul Sunday", foi a única a ser excluída do canal da apresentadora.
Uma segunda entrevista, realizada com um dos pacientes de João de Deus, o doutor americano Wayne Dyer, ainda está disponível, mas não aparece mais nas buscas do YouTube.
A gravação foi alterada de "listada" para "não listada" — ou seja, apenas com o link original é possível encontrá-la.
Além do vídeo de sua entrevista com João de Deus, Oprah também excluiu um texto em seu site que relatava como foi positivo e inspirador seu contato com o médium.
Na publicação, ela contava como havia ficado impressionada ao presenciar as cirurgias espirituais realizadas pelo médium.
"Eu senti uma enorme sensação de paz. Apenas uma semana antes eu estava quase a ponto de desistir. Agora eu sorria dentro de mim pelas reviravoltas que esta jornada de construir uma rede havia tomado", escreveu a apresentadora.
A apresentadora Oprah é uma das vozes mais importantes da luta pelos direitos das mulheres nos Estados Unidos.
Após repercussão das denúncias de abuso sexual contra o produtor de cinema Harvey Weinstein, em 2017, ela criou o Time's Up.
A iniciativa, que contou com a participação de mais de 300 famosas de Hollywood, mantém uma plataforma para ajudar vítimas de assédio sexual no trabalho.