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Opositor de Cristina quer melhorar clima com Brasil

Segundo Jorge Lawson, Brasil é o único sócio do qual a Argentina não pode prescindir


	Contêineres no porto de Buenos Aires, na Argentina: opositor defende clima melhor com o Brasil
 (Diego Giudice/Bloomberg News)

Contêineres no porto de Buenos Aires, na Argentina: opositor defende clima melhor com o Brasil (Diego Giudice/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 18h46.

São Paulo - O Brasil é o único sócio do qual a Argentina não pode prescindir, dado a confluência de interesses comerciais, liderança e força para reorganizar o comércio exterior no âmbito do Mercosul e fazer acordos estratégicos com países de fora do bloco.

É o que disse em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o ministro (equivalente a secretário estadual aqui no Brasil) de Comunicação e Desenvolvimento do Governo da Província de Córdoba, Jorge Lawson.

Ele esteve na quinta-feira, 11, em São Paulo, onde participou de evento organizado pela Câmara de Comércio Argentino Brasileiro, que debateu formas para derrubar as barreiras que emperram o comércio entre os dois países.

Na opinião de Lawson, há um vasto campo de oportunidades comerciais que Brasil e Argentina estão deixando de aproveitar, tanto na região quanto no resto do mundo, por estarem olhando apenas para os mercados internos.

Opositor declarado do governo de Cristina Kirchner, Lawson diz acreditar que, juntos, os dois maiores países sul-americanos reúnem condições para reconstruir o Mercosul, acessar o mercado asiático e costurar acordos estratégicos com os Estados Unidos, por exemplo.

"Mas para isso os dois países precisam conversar", disse o ministro de Córdoba.

Segundo ele, a política adotada pela presidente Cristina Kirchner, de reter as exportações e dificultar a liberação de dólares para as importações, leveou ao esgarçamento do ambiente de negócios entre os dois países.

A retomada do clima de negócios entre Brasil e Argentina, segundo Lawson, tem que necessariamente passar primeiro pela recuperação da institucionalização e do diálogo entre a Casa Rosada e os diversos setores da economia argentina e, depois, com seus vizinhos, especialmente o Brasil.

"A política de Cristina conseguiu criar uma série de divergências entre Brasil e Argentina", lamentou.

"Se não tem clima de negócios, não se consegue fazer nada", disse Lawson justamente no dia em que a imprensa trouxe reportagem relatando a desistência da General Motors (GM) brasileira de exportar para a Argentina por conta da dificuldade que o governo de Cristina Kirchner impõe à liberação de dólares para pagar seus fornecedores estrangeiros.

De acordo com Lawson, para o governo de Córdoba e empresários argentinos o Brasil é o único sócio indispensável da Argentina para a criação de uma aliança estratégica com os Estados Unidos.

Juntos, segundo o ministro, Brasil e Argentina são os maiores exportadores de alimentos do mundo. Ele diz ver muitas oportunidades entre os dois países, mas também pouco esforço para trabalhar esta questão.

A Argentina, por exemplo, é um dos principais produtores de carne do mundo, mas desde 2006, quando o governo adotou a política de retenção das exportações, foram fechados 136 frigoríficos e eliminados 67 mil postos de trabalho.

Lawson disse que em Córdoba o governo tem um programa de financiamento de compras de carros produzidos localmente, mas cuja produção depende de insumos vindo de outros países, especialmente do Brasil.

Com a política de restrição de dólares do governo argentino, os insumos não têm chegado. "Temos crédito, mas não temos automóveis porque na Argentina não se pode adquirir dólares."

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