Brasil

Oposição vê arrogância e viés autoritário em fala de Dilma

Em evento da CUT em São Paulo, Dilma criticou ontem o "golpismo escancarado" dos oposicionistas e se referiu a eles como "moralistas sem moral"


	Dilma Rousseff: "A presidente deveria ter humildade e fazer autocrítica para reconhecer que o exemplo dado pelos governos do PT são maus exemplos do ponto de vista de trato com recursos públicos", disse Mendonça Filho
 (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Dilma Rousseff: "A presidente deveria ter humildade e fazer autocrítica para reconhecer que o exemplo dado pelos governos do PT são maus exemplos do ponto de vista de trato com recursos públicos", disse Mendonça Filho (Antonio Cruz/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2015 às 13h46.

Brasília - O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), rebateu nesta quarta-feira, 14, as críticas da presidente Dilma Rousseff ao comportamento dos partidos de oposição.

O parlamentar atacou a "arrogância" do Palácio do Planalto, que em sua avaliação teve uma vitória provisória ontem no Supremo Tribunal Federal (STF), e disse que o governo petista dá "mau exemplo".

"A presidente deveria ter humildade e fazer autocrítica para reconhecer que o exemplo dado pelos governos do PT são maus exemplos do ponto de vista de trato com recursos públicos", disse Mendonça.

"Se a Petrobras é o grande exemplo moral do governo do PT e da presidente Dilma, a gente tem absolutamente uma referência negativa. Ela deveria conviver com as críticas da oposição de forma respeitosa", emendou.

Em evento da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, Dilma criticou ontem o "golpismo escancarado" dos oposicionistas e se referiu a eles como "moralistas sem moral".

Mendonça disse que Dilma não conseguirá resolver a crise "moral e política" atacando os oposicionistas.

"A presidente vocaliza um tom palanqueiro, certamente instruída pelo ex-presidente Lula. Não é o tom correto de uma presidente da República. O tom correto é de buscar a harmonia. A crise política não é gerada pela oposição, é decorrente de um quadro de ingovernabilidade crônica que é produzido pela má condução de seu governo", avaliou.

Mendonça informou hoje que o líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), foi a São Paulo se reunir com os juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal para preparar o texto do novo pedido de impeachment que será apresentado nos próximos dias.

A ideia é incluir no requerimento a informação de que o governo praticou as chamadas pedaladas fiscais também este ano.

Ontem a oposição encaminhou um ofício ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pedindo que a Casa recorra das decisões do STF que interditaram o processo de impeachment de Dilma.

Além de receber autoridades, o peemedebista passou a manhã reunido com técnicos discutindo os termos deste recurso.

'Viés autoritário'

O líder da oposição no Senado, Alvaro Dias (PSDB-PR), classificou de "descabidas" as declarações da presidente Dilma Rousseff.

Para o tucano, não há porque a oposição aceitar "qualquer carapuça" que venha do Palácio do Planalto, diante das irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União e do Tribunal Superior Eleitoral.

"Cabe à presidente da República buscar soluções para os problemas que estão afligindo o País e não descer para esse debate de questões periféricas, de certa forma, revelando o viés autoritário de quem não admite a crítica mesmo diante de circunstâncias dramáticas como essa em que o desgoverno e a corrupção provocam uma grande indignação no País", rebateu Dias.

O líder da oposição disse também que Dilma revela indisposição para lidar com as críticas e despreparo para a atividade política no regime democrático.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCUTDilma RousseffPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Lula estava com Haddad no Alvorada durante explosões na Praça dos Três Poderes

Ibaneis está na Itália e tem volta a Brasília prevista para sexta, após duas explosões na cidade

Segurança cerca STF com grades após explosões na Praça dos Três Poderes