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Oposição vai do ‘punho de renda’ à estratégia selvagem

O partido abriu a caixa de ferramentas antes mesmo do início do segundo mandato

Senador Aécio Neves durante pronunciamento na sessão do Congresso para o exame de vetos da presidente Dilma (Jonas Pereira/Agência Senado)

Senador Aécio Neves durante pronunciamento na sessão do Congresso para o exame de vetos da presidente Dilma (Jonas Pereira/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 08h37.

Brasília - De origem acadêmica, o PSDB fez ao longo dos 12 anos dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff uma oposição "punhos de renda" que, segundo parlamentares tucanos, não se traduzia em ações de contenção ao poder do PT.

A reeleição da presidente Dilma Rousseff serviu de "rito de passagem" para o partido, que abriu a caixa de ferramentas antes mesmo do início do segundo mandato.

Logo após a eleição, o partido - com o argumento de responder aos questionamentos nas redes sociais sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas - pediu à Justiça Eleitoral uma auditoria no resultado das eleições.

No momento seguinte, os principais líderes da legenda, como o senador Aécio Neves (MG) - candidato à Presidência derrotado no 2.º turno por Dilma -, iniciaram uma blitz retórica, como chamar o PT de "organização criminosa".

Agora, dizem os tucanos, com a votação do projeto que flexibiliza a meta fiscal, é o momento da ação legislativa. "O governo saberá daqui para a frente o que é fazer oposição selvagem", disse ao jornal "O Estado de S. Paulo" o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), ele próprio autor de 12 discursos de ataques ao governo Dilma na sessão de 18 horas que aprovou a flexibilização das metas fiscais - iniciada anteontem e encerrada na madrugada de ontem.

O primeiro discurso de Imbassahy foi feito às 10h28, 25 minutos antes de a sessão do Congresso alcançar o quórum mínimo necessário para apreciar dois vetos da presidente e as mudanças na meta fiscal.

O último ocorreu às 4h38 minutos de ontem, antes do encerramento da sessão, às 5 horas. Em cada um deles, Imbassahy acusou o governo de envolvimento em corrupção, de ter quebrado o País e de fazer maquiagem para tentar se salvar.

Também citou a delação do executivo Augusto Mendonça, do grupo Toyo Setal, que disse que doações eleitorais ao PT eram parte da propina cobrada em contratos da Petrobrás.

Na mesma linha "oposição selvagem" dos tucanos, o deputado Domingos Sávio (MG) fez 15 pronunciamentos. Já o líder do PSDB no Senado e parceiro de Aécio na chapa presidencial, Aloysio Nunes Ferreira (SP), fez seis intervenções.

Numa delas, evocou o segundo livro de Samuel, na passagem em que o rei Davi é perdoado depois de reconhecer que errou ao seduzir a mulher de Urias. "A presidente errou, mas não reconhece. E erra de novo. Não será perdoada", sentenciou Aloysio Nunes.

O senador paulista, ao lado dos deputados Imbassahy e Domingos Sávio, fazem parte da tropa de choque do PSDB que está disposta a não dar sossego ao PT.

Mas o próprio Aécio, que é o presidente nacional do partido, também foi para o ataque, durante a longa sessão que tratou da mudança na meta de ajuste fiscal.

Disse que Dilma tinha posto o Congresso "de cócoras" ao editar decreto condicionando a liberação de emendas parlamentares à aprovação da proposta do ajuste fiscal.

O senador mineiro fez as contas e chegou à conclusão de que cada parlamentar valia R$ 748 mil para o governo.

Imbassahy diz que os tucanos estão animados. "É como se a gente estivesse numa partida de futebol, com o estádio cheio. Nosso candidato à Presidência da República teve 51 milhões de votos. Cada vez que nos manifestamos aqui, estamos nos manifestando para 51 milhões de eleitores. Isso dá um ânimo danado para brigar", afirmou o deputado baiano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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