Dilma: "se ela sabia e participou do processo, isso é passível de cassação do mandato e de cadeia", disse o deputado Domingos Sávio (PSDB) (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2014 às 13h44.
Brasília - A oposição defendeu nesta sexta-feira, 24, que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura denúncias de irregularidades na Petrobras, ouça o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff sobre o teor da reportagem da revista Veja publicada hoje.
Segundo a reportagem, o doleiro Alberto Youssef revelou que os dois petistas sabiam do esquema de corrupção montado na estatal. A CPMI não tem poder de convocar a presidente da República. Mediante a aprovação de um requerimento, pode apenas convidá-la a comparecer.
"O mar de lama é do governo dela (Dilma). Se ela sabia e participou do processo, isso é passível de cassação do mandato e de cadeia", afirmou o líder da minoria na Câmara, deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).
"A gente sabia que a delação premiada iria trazer transtornos violentos para o País. Em função da delação, temos que ouvir o Lula e a Dilma", acrescentou o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), integrante do colegiado.
O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), também argumentou que ambos precisam prestar explicações. "Eu acho que é o desdobramento natural (oitivas na CPMI). As denúncias não podem ficar por isso mesmo. Aprofundá-las é algo natural e necessário", disse.
De acordo com o publicado pela revista, Youssef, alvo maior da Operação Lava Jato, disse em depoimento à Justiça que Lula e Dilma tinham conhecimento da corrupção envolvendo a petroleira.
O depoimento do doleiro teria ocorrido nesta terça-feira, 21, em Curitiba. A Operação Lava Jato apura um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões.
Para Domingos Sávio, Dilma não pode alegar que não tem responsabilidade sobre as irregularidades na Petrobras. "Dilma sabia do roubo e, com isso, participou de tudo", disse o tucano. Para ele, "é fundamental" que a denúncia tenha vindo à público antes do segundo turno.
O deputado espera que as pessoas tomem consciência que "a coisa é muito grave". "Com os depoimentos de ambos (Youssef e Paulo Roberto Costa), fica claro que se instalou uma quadrilha no poder. Não tenho dúvidas que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula tinham conhecimento (do esquema) como orientaram", concluiu.