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Oposição quer Lula na CPI da Petrobras para explicar reunião

O líder do PPS na Câmara afirmou que o ex-presidente tem de dar explicações sobre seu envolvimento com empreiteiros envolvidos na Lava Jato


	Lula: o ex-presidente e seu sócio Paulo Okamotto têm recebido emissários de empreiteiros que são alvos da Operação Lava Jato, segundo jornal
 (Reuters)

Lula: o ex-presidente e seu sócio Paulo Okamotto têm recebido emissários de empreiteiros que são alvos da Operação Lava Jato, segundo jornal (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 13h05.

Brasília - Lideranças da oposição no Congresso Nacional defenderam nesta sexta-feira a ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à nova CPI da Petrobras, que será instalada na semana que vem na Câmara dos Deputados.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta sexta-feira, 20, revelou que Lula e seu sócio Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, têm recebido emissários de empreiteiros que são alvos da Operação Lava Jato desde o fim do ano passado.

Os emissários têm pedido interferência política de Lula para evitar o colapso econômico das empresas, após uma série de prisões preventivas em curso e as consequências financeiras das investigações.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), afirmou que o ex-presidente tem de dar explicações sobre seu envolvimento com empreiteiros envolvidos no escândalo de corrupção e desvio de recursos da Petrobras.

"Ninguém pode deixar de dar uma resposta. Se ele for honesto, se disporia a depor na CPI. Nenhum homem público pode se negar a falar sobre o que fez", disse.

Para Rubens Bueno, Lula sempre teve um envolvimento próximo com os dirigentes das empreiteiras investigadas na operação.

Bueno citou o fato de que o ex-presidente teria viajado em jatinhos das empresas e promovido, antes e depois de seu mandato, as empreiteiras em obras dentro e fora do País.

Ele observou que, como ainda não foram definidos os espaços de cada partido nas comissões, não sabe se o PPS terá assento na comissão e, dessa forma, poderia formalizar o pedido de convite, que poderá ser aceito ou não pelo convidado, no caso Lula.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), é a favor do pedido para chamar o ex-presidente. Caiado lembrou que na CPI mista sobre a estatal que funcionou ano passado já havia apresentado requerimentos para ouvir Lula e também Dilma.

Os dois pedidos, contudo, foram rejeitados - no caso da Dilma, por falta de amparo legal por não se poder fazer esse tipo de pedido.

"Vejo a ida dessas duas pessoas como extremamente relevantes. Temos que buscar a falar de quem tem que dar a última palavra, não é o (Pedro) Barusco, o (Renato) Duque, e o (João) Vaccari, porque essas pessoas são como o Delúbio, as tarefeiras", disse. "Lula e Dilma são os autores intelectuais do processo", completou.

O presidente do Democratas, senador Agripino Maia (RN), também se disse favorável a ida do ex-presidente à CPI. Mas ressalvou que não se pode fazer "espetaculosidade" do assunto.

Segundo ele, o caso é muito mais sério do que uma eventual ida de Lula ao Congresso. Segundo ele, o importante é saber, por meio de outras formas de apuração, qual o envolvimento dele com os investigados na operação.

Agripino Maia cobrou que a presidente Dilma Rousseff se pronuncie sobre os encontros de seu ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com representantes de empreiteiros da Lava Jato.

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