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Oposição quer CPMI da Petrobras funcionando no recesso

A oposição argumenta que pesquisas indicam que a população está preocupada com os rumos da Petrobras e que vai acompanhar os desdobramentos da investigação


	Mendonça Filho: "Vou trabalhar para não termos recesso", avisou líder do DEM na Câmara
 (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

Mendonça Filho: "Vou trabalhar para não termos recesso", avisou líder do DEM na Câmara (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2014 às 17h34.

Brasília - Preocupados com a possibilidade de esvaziamento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, que deve ser instalada na próxima quarta-feira (28), a oposição vai propor que o colegiado funcione durante o período de recesso parlamentar, que começa em 18 de julho.

"Vou trabalhar para não termos recesso", avisou o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE).

O DEM deve apresentar o requerimento já na primeira sessão da CPMI e, caso não consiga aprovar o pedido, ameaça obstruir a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Para que os parlamentares saiam de férias em julho, é preciso aprovar a LDO. No último ano, houve recesso informal porque deputados e senadores não conseguiram votar a LDO no período determinado pela legislação.

Mendonça Filho vai propor que haja um rodízio de parlamentares durante o período que seria de recesso para que a CPMI continue funcionando. "Se não tem paralisação (do Congresso), a gente pode trabalhar", concluiu o líder.

A oposição sabe que será difícil manter a CPMI operando em período de Copa do Mundo seguido de recesso parlamentar.

Os líderes apostam que fatos novos vão surgir já nas primeiras semanas, o que atrairá o foco da população e obrigará o comparecimento dos membros às reuniões.

"A população estará de olho na Copa e na CPMI", previu o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).

O tucano afirmou ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o partido deve apresentar na quarta-feira "dezenas" de requerimentos de convocação e informações envolvendo negócios da Petrobras.

O alvo dos oposicionistas são os ex-diretores da estatal, Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, além do doleiro Alberto Youssef.

Os partidos de oposição acreditam que a Justiça Federal não impedirá o acesso ao inquérito da Operação Lava Jato da Polícia Federal.

Uma vez com o conteúdo da Lava Jato nas mãos, a CPMI poderá, na visão da oposição, manter a atenção da sociedade.

"A gente tem de buscar informações e revelar fatos", resumiu Mendonça.

PSDB e DEM acreditam que já conseguiram o mais difícil: criar uma CPMI mesmo com a ampla maioria da base aliada postergando a instalação dos trabalhos.

"As denúncias são contundentes e trata-se da Petrobras. Vai ficar muito difícil um parlamentar embarreirar os requerimentos. Pode ser um suicídio político (para os aliados do governo)", comentou Imbassahy.

A oposição argumenta que pesquisas indicam que a população está preocupada com os rumos da Petrobras e que vai acompanhar os desdobramentos da investigação.

"Quando o fato é relevante, não há Copa do Mundo que pode sufocá-lo", afirmou Mendonça.

Amanhã (27) termina o prazo para que o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), oficialize os indicados dos partidos que não haviam apresentado seus membros até a última sessão conjunta das duas Casas, ocorrida no último dia 20.

Embora já presida a CPI da Petrobras exclusiva do Senado, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) é cotado para presidir a CPMI.

Na semana passada, o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP), sugeriu o nome de Marco Maia (PT-RS) para ser o relator da CPMI.

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