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Oposição quer apuração de transferência de bens de Graça

Parlamentares da oposição defenderam a investigação de supostas operações de transferência de bens da atual presidente da estatal


	Graça Foster presta depoimento à CPMI que investiga supostas irregularidades da Petrobras
 (Pedro França/Agência Senado)

Graça Foster presta depoimento à CPMI que investiga supostas irregularidades da Petrobras (Pedro França/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2014 às 18h17.

Brasília - Parlamentares de oposição defenderam nesta quarta-feira, durante audiência da CPI mista da Petrobras no Congresso, a investigação de supostas operações de transferência de bens da atual presidente da estatal, Maria das Graças Foster, e do ex-diretor da Área Internacional da companhia, Néstor Cerveró.

Reportagem publicada hoje no site de O Globo mostra que, após estourar o escândalo sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), eles teriam transferido a parentes imóveis que eram de sua propriedade.

A reportagem, baseada em documentos obtidos em cartórios no Rio de Janeiro, aponta que Graça Foster e Cerveró teriam transferido apartamentos em áreas valorizadas no Estado.

As operações teriam ocorrido antes da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de bloquear, no dia 23 de julho, os bens de dez gestores da Petrobras para ressarcir os US$ 792 milhões com a compra da refinaria de Pasadena.

Por conta da decisão do TCU, Cerveró está com os bens bloqueados. O tribunal decidiria hoje sobre o bloqueio dos bens de Graça Foster, mas a sessão foi adiada.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), foi quem leu a reportagem sobre a transferência de bens dos dois durante o depoimento do gerente jurídico internacional da estatal, Carlos Cesar Borromeu de Andrade.

Bueno disse que a questão é "grave" e exigiu uma investigação por parte da CPI mista. A intervenção, entretanto, gerou um bate-boca entre ele e a deputada do PT Iriny Lopes (PT).

"Não quero de novo que esta CPI seja palanque eleitoral. Não vamos aceitar palanque eleitoral", afirmou Iriny Lopes.

"O povo brasileiro é que não aceita roubalheira. Está comprovado nos cartórios do Rio de Janeiro", rebateu Rubens Bueno.

O líder do PPS comparou esse fato com a proteção feita por petistas a condenados no processo do mensalão. "O senhor me respeite. O senhor está exagerando nas palavras", afirmou Iriny. "Quem fala o que não sabe, fala da própria ignorância", reagiu Bueno.

O presidente em exercício da CPI mista, senador Gim Argello (PTB-DF), tentou acalmar os ânimos dos dois parlamentares, tocando a campainha para tentar encerrar a discussão entre eles.

Em seguida, Gim sugeriu a Bueno que se apresentasse um requerimento para pedir aos cartórios fluminenses os registros de eventuais transferências recentes de patrimônio de Graça e Cerveró.

O líder do PPS anunciou que vai apresentar esse pedido, que deve ser votado pela comissão apenas daqui a duas semanas, na semana de esforço concentrado de votações do Congresso durante o período eleitoral.

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