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Oposição pedirá cassação de Eduardo Bolsonaro por declaração sobre AI-5

Declaração foi rechaçada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que disse que o filho do presidente está sujeito a punições

Alessandro Molon: "democracia não combina com AI-5 ou qualquer outra medida autoritária", disse o líder da oposição (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Alessandro Molon: "democracia não combina com AI-5 ou qualquer outra medida autoritária", disse o líder da oposição (Jefferson Rudy/Agência Senado)

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Reuters

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 15h37.

Última atualização em 31 de outubro de 2019 às 15h37.

O PSB e outros partidos de oposição entrarão com um pedido de cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), líder do partido na Casa e filho do presidente Jair Bolsonaro por causa da declaração que deu afirmando que a resposta a uma eventual radicalização da esquerda no país seria um novo AI-5, instrumento que marcou o endurecimento da ditadura militar no Brasil.

"O povo brasileiro não aceita e não tolera o fim da democracia. O presidente e sua família foram eleitos pela via democrática e juraram defendê-la. E democracia não combina com AI-5 ou qualquer outra medida autoritária", disse o líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ).

Em entrevista à jornalista Leda Nagle divulgada no Youtube nesta quinta-feira, Eduardo disse que o governo de seu pai poderia lançar mão de um instrumento como o AI-5 caso a esquerda radicalize em sua atuação no país e destacou que seria "ingenuidade" não relacionar protestos populares que têm ocorrido recentemente em países vizinhos da América do Sul com o clima de confronto que ocorre no Brasil.

"Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais e militares", disse.

"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. Uma resposta ela pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através do plebiscito, como ocorreu na Itália, alguma resposta vai ter que ser dada porque é uma guerra assimétrica, não é uma guerra onde você está vendo o seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares", disse.

"É um inimigo interno de difícil identificação aqui dentro do país, espero que não chegue a esse ponto, né, mas a gente tem que estar atento", completou.

A declaração foi duramente rechaçada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que afirmou que a fala é "repugnante do ponto de vista democrático" e deve ser repelida pelas instituições. Maia disse ainda que o filho do presidente está sujeito a punições por causa da declaração.

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