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Oposição no Senado já admite possibilidade de eleição indireta

Sem nenhum nome definido, senadora garante que o candidato apoiado pelo PCdoB teria que se comprometer ao "não avanço das reformas"

Senado: o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considera que uma eleição indireta para a presidência iria rachar a oposição (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Senado: o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considera que uma eleição indireta para a presidência iria rachar a oposição (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2017 às 22h59.

Brasília - A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) já admite a possibilidade de eleição indireta para a eventual saída do presidente Michel Temer.

Segundo ela, o partido vai lutar até a última hora por eleições diretas, mas já tem "convicção" de como agir caso o sucessor de Temer seja escolhido pelo Congresso Nacional.

Embora ainda não tenha nenhum nome definido, Vanessa garante que o candidato apoiado pelo PCdoB teria que se comprometer ao "não avanço das reformas" previdenciária e trabalhista.

"No decorrer da discussão das eleições diretas sempre surge o assunto da indiretas. Não dá para ignorar isso e fingir que nada está acontecendo", declarou a parlamentar.

Ela disse que a realização de eleições diretas dependeria da mobilização popular. "Conhecemos a opinião (sobre eleições diretas), mas temos que saber qual é o nível de mobilização", ponderou.

Vanessa vai participar de um ato por "diretas já" no próximo domingo, 28, no Rio de Janeiro.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) considera que uma eleição indireta para a presidência iria rachar a oposição, mas é o caminho mais provável.

Para ele, não haveria tempo hábil para aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de eleições diretas na Câmara e Senado este ano. As PEC's precisariam passar por dois turnos de votação nas duas Casas.

"Vamos avaliar (possíveis candidatos). Em caso de eleição indireta, a oposição se dividirá. A nossa percepção não deverá ser a mesma do PT, por exemplo", declarou Randolfe.

Ele apoia a ideia do senador Cristovam Buarque (PPS-DF) de que nenhum integrante do Congresso deveria se candidatar à eleição indireta, já que os próprios parlamentares seriam responsáveis por eleger o presidente "tampão".

Como possíveis nomes para uma eventual eleição indireta, Randolfe citou juristas como os ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto e Joaquim Barbosa.

"Não querendo ser apolítico, mas o ideal seria alguém com perfil técnico que construísse um consenso nacional até 2018", defendeu o senador.

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