Brasil

Oposição marca novos atos contra Bolsonaro e tenta pressão por impeachment

O diagnóstico é de que a adesão aos protestos aumentou, na comparação com o que ocorreu no sábado, 19, em relação à manifestação de maio

Presidente Jair Bolsonaro. (Alan Santos/PR/Flickr)

Presidente Jair Bolsonaro. (Alan Santos/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de junho de 2021 às 21h05.

Partidos de esquerda e movimentos sociais marcaram para o dia 24 de julho novos atos contra o governo Jair Bolsonaro. Segundo organizadores, a estratégia agora é ampliar a pressão para que o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), abra um pedido de impeachment do presidente. O diagnóstico é de que a adesão aos protestos aumentou, na comparação com o que ocorreu no sábado, 19, em relação à manifestação de maio.

"Queremos forçar a Câmara a instaurar o pedido de impeachment e dar apoio à CPI (da Covid)", disse coordenador da Central de Movimentos Populares e um dos líderes do movimento, Raimundo Bonfim. As bandeiras principais continuarão sendo o auxílio emergencial de R$ 600, a vacina e o 'fora Bolsonaro'.

Em outra frente, parlamentares e advogados de todo o espectro político se reunirão de forma virtual nesta quinta-feira, 24, para bater o martelo sobre um documento que pretende unificar os 122 pedidos de impeachment que foram protocolados na Câmara.

A iniciativa surgiu durante reunião, em abril, na qual estiveram presentes antigos adversários políticos como os deputados Kim Kataguiri (DEM-SP), Joice Hasselmann (sem partido), Alexandre Frota (PSDB), parlamentares do PT, PSB, PDT e PCdoB e o presidente do PSOL, Juliano Medeiros. Na ocasião, ficou definido que advogados da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) iriam elaborar o "super pedido".

"Essa iniciativa diz mais sobre o posicionamento das pessoas do que dos partidos. Naturalmente esperam que essa união venha mais da oposição de esquerda, mas há pessoas da direita, como eu e o Kim. O projeto de impeachment é do País. Isso não pode ser transformado em uma pauta ideológica", disse Joice Hasselmann, que confirmou presença no evento.

Segundo a advogada Tânia Oliveira, da executiva da ABJD, a ideia é estabelecer uma data para protocolar o pedido na Câmara antes do recesso parlamentar, que começa dia 15 de julho, e promover atos para projetar a iniciativa e pressionar Lira. Em entrevista ao jornal O Globo na terça-feira, 22, o presidente da Câmara afirmou que a cifra de mortos pela covid-19 não é motivo suficiente para pautar o impeachment do presidente e que falta "circunstância política" para desengavetar um dos pedidos.

"O PSOL estará presente e apoiou a versão final. O centro da peça será a questão sanitária", afirmou Juliano Medeiros, presidente da sigla. Segundo Tânia Oliveira, o documento é uma "síntese" dos 122 pedidos protocolados.

O "super pedido" vai englobar os ataques aos povos indígenas, à imprensa, e os atos antidemocráticos, mas o centro do documento será a pandemia: a tese da imunidade rebanho, compra de cloroquina e ações para boicotar as vacinas. Em suma, serão os temas tratados na CPI da Covid do Senado tratados até aqui.

A política vai seguir dando o tom na bolsa? Vai. E você pode aproveitar as oportunidades.  Aprenda a investir com a EXAME Academy

Acompanhe tudo sobre:Governo BolsonaroImpeachmentJair Bolsonaro

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 23 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP