5G: A frequência de 26 GHz é a última que será ofertada (Isac Nóbrega/PR/Flickr)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de novembro de 2021 às 09h49.
Com o leilão do 5G definido, as operadoras de telecomunicações terão de correr agora para fazer frente aos compromissos de implementação das redes definidos pelo governo e colocar em prática seus planos de negócios para ganhar dinheiro com a nova tecnologia. Para isso, porém, o setor terá de superar alguns "gargalos".
Um deles é a escassez de mão de obra qualificada, na avaliação de Luiz Henrique Barbosa, presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações (Telcomp). "Existem mais de 400 mil vagas abertas no ramo de telecomunicações, de tecnologia da informação, que não são preenchidas por falta de profissionais qualificados", afirma ele.
Segundo Barbosa, a falta desses profissionais capacitados abrangeria de desenvolvedores de aplicativos para explorar as novas funcionalidades do 5G a técnicos que trabalham com a instalação de equipamentos.
Outro gargalo apontado pelo setor diz respeito à burocracia para instalação de antenas nos municípios. Embora exista legislação federal orientando o licenciamento de novas estações rádio-base, são as leis municipais que definem as regras de instalação.
Um levantamento realizado pela Conexis, o sindicato patronal das grandes operadoras, apontou que apenas 7 das 27 capitais brasileiras teriam legislações consideradas "modernas" para instalação de infraestrutura. Nos outros casos, as regras apresentariam defasagem, conflitos e excesso de burocracia.
"O 5G vai exigir de 5 a 10 vezes mais antenas do que o 4G, considerando a mesma área de cobertura, mas são antenas pequenas que podem ser instaladas nas fachadas dos edifícios", afirma o presidente executivo da Conexis, Marcos Ferrari.