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Operação policial assume controle de 3 favelas cariocas sem disparar tiros

Morros da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, favelas vizinhas de alguns dos bairros mais nobres do Rio, foram ocupados na madrugada deste domingo por 1,5 mil homens

Governo do Rio de Janeiro destacou o grande êxito da chamada Operação Choque de Paz, que em apenas duas horas tomou o controle das três favelas 'sem que nenhum tiro fosse disparado (REUTERS)

Governo do Rio de Janeiro destacou o grande êxito da chamada Operação Choque de Paz, que em apenas duas horas tomou o controle das três favelas 'sem que nenhum tiro fosse disparado (REUTERS)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2011 às 14h30.

Rio de Janeiro - Uma pessoa detida, 13 armas, entre fuzis e metralhadoras, uma granada, dez rojões utilizados para derrubar helicópteros e 31 motocicletas roubadas é o saldo do primeiro balanço da operação militar que ocupou na madrugada deste domingo três favelas do Rio de Janeiro sem disparar um só tiro.

Os morros da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, favelas vizinhas de alguns dos bairros mais nobres do Rio, foram ocupados na madrugada deste domingo por uma força policial de mais de 1,5 mil homens, apoiados por blindados da Marinha e helicópteros da Polícia Militar e Civil, que não encontraram resistência por parte dos traficantes.

Nesta manhã, o Governo do Rio de Janeiro destacou o grande êxito da chamada Operação Choque de Paz, que em apenas duas horas tomou o controle das três favelas 'sem que nenhum tiro fosse disparado'.

Segundo o balanço preliminar, membros do Batalhão de Operações Especiais (Bope) apreenderam 12 fuzis, uma metralhadora e uma granada que estavam enterradas na parte mais alta do morro da Rocinha.

Outros policiais também prenderam um foragido da Justiça, identificado como Igor Tomás da Silva, que aparentemente estava sob o efeito de drogas e buscava atendimento médico.

Ao comentar o êxito da operação, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, disse que a ação não foi uma casualidade, mas produto de um trabalho em conjunto com o governo federal, que prorrogou a permanência do Exército nas favelas do Complexo do Alemão - ocupadas há um ano -, para que a Polícia do Rio pudesse se concentrar no plano de ocupação da Rocinha.

'Nada acontece por acaso. Isso foi planejado há muito tempo pela Secretaria de Segurança, há cerca de quatro, cinco meses, quando pedimos a presidente Dilma que o Exército ficasse no Alemão e Penha até 31 de junho de 2012, porque com isso conseguiríamos entrar na Rocinha', afirmou Cabral.

A agilidade dos policiais na ocupação e no controle das três favelas permitiu que os blindados da Marinha deixassem rapidamente a região, liberando o trânsito e facilitando a normalização do tráfego e do comércio local.

O comércio na Rocinha e no Vidigal começou a reabrir suas portas por volta das 8h, como outro domingo qualquer, e os moradores já circulavam normalmente pelas ruas e vielas tomadas por policiais pela primeira vez em quase quatro décadas.

Os agentes do Bope permanecerão nas áreas ocupadas até que se construa uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), um modelo que combina a presença policial com investimentos sociais.

Desde que esse modelo começou a ser implantado, em dezembro de 2008, as autoridades levaram as UPPs para 18 favelas que estavam nas mãos dos traficantes. EFE

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