PF: a Polícia Federal informou que as investigações começaram em 2012 (Divulgação/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de novembro de 2018 às 09h18.
Última atualização em 30 de novembro de 2018 às 10h53.
São Paulo - A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 29, a Operação Hybris para combater crimes de responsabilidade, lavagem de dinheiro e organização criminosa supostamente praticados pelos ex-gestores da prefeitura de Jenipapo dos Vieiras (MA) no período de 2005 a 2013. Os investigadores estimam prejuízo aos cofres públicos de R$ 92 milhões.
Foram apreendidas quatro caminhonetes de luxo, duas motos e duas armas de fogo sem registro. Jenipapo dos Vieiras tem 16 mil habitantes e fica a cerca de 500 quilômetros da capital, São Luís.
A cidade tem o terceiro menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Maranhão. Entre os 5.565 municípios brasileiros, a cidade ocupa a 5.541.ª posição.
Os envolvidos foram indiciados pelos crimes de responsabilidade, lavagem de dinheiro e associação criminosa, cujas penas máximas podem alcançar 22 anos de prisão.
Em nota, a Polícia Federal informou que as investigações começaram em 2012 e identificaram um esquema que se apropriou de recursos públicos por meio de fraude em licitações e ocultação de valores por meio de compra de imóveis no interior do Estado do Maranhão. Segundo a PF, os bens foram distribuídos entre familiares do ex-prefeito do município.
"O grupo criminoso atuava desde 2005 dissimulando os desvios de verbas públicas destinadas aos fundos de participação municipal, saúde e educação por meio da contratação de empresas familiares que operacionalizavam as ações, que aconteciam principalmente com o saque em espécie de milhões de reais", informou a PF.
A Polícia Federal cumpriu 11 mandados judiciais de busca e apreensão nas cidades de São Luís, Jenipapo dos Vieiras e Cedral e, ainda, foi determinado o sequestro judicial de 62 imóveis que estão em nome dos investigados. A operação teve a participação de 60 Policiais Federais da Superintendência Regional do Maranhão.
Segundo a PF, o nome Hybris vem do filósofo grego Aristóteles, que definia a humilhação de pessoas pelo mero descaso, independentemente de causa ou qualquer coisa que tenha acontecido ou que tenham feito.
Assim, Hybris representaria o descaso que alguém tem pelos outros, ou pelos deuses, quando acha que pode fazer tudo que quiser. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.