Nomes já conhecidos: José Barusco Filho, ex-gerente da Petrobras e delator da Operação Lava Jato (Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2015 às 15h37.
São paulo e Curitiba - A Operação Lava Jato tem cinco novos delatores, revela a força-tarefa do Ministério Público Federal, no Paraná, base das investigações sobre corrupção e propinas na Petrobras que agora avança para a Eletronuclear. Os nomes desses cinco colaboradores ainda são mantidos em sigilo pelos procuradores da Lava Jato.
"As defesas atacam as delações, acusam que elas trazem fatos inverídicos. Mas, aos poucos, elas (as delações) foram confirmando o esquema e uma se encaixando na outra", afirmou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que integra a força-tarefa da Lava Jato.
Até esta etapa da investigação, a Lava Jato - em seu 16º capítulo - contabiliza 22 delatores que firmaram acordo com a Procuradoria no Paraná, em grau de 1ª instância.
Os nomes de 17 deles são conhecidos: o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e seus familiares (a mulher Marici da Silva Azevedo Costa, as filhas Shanni Azevedo Costa Bachmann e Arianna Azevedo Costa Bachmann e os genros Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz), o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, o doleiro Alberto Youssef e seu ajudante Rafael Ângulo Lopez, os empreiteiros que faziam parte da cúpula da Camargo Corrêa, Dalton Avancini e Eduardo Leite, os lobistas Julio Camargo e Shinko Nakandakari, e os empresários Augusto Ribeiro, Luccas Pace Junior e João Procópio.
O delator mais recente é o lobista Milton Pascowitch. Em seus depoimentos, ele cravou que o ex-ministro da Casa Civil (Governo Lula) José Dirceu recebeu propinas do esquema na Petrobras por meio de consultorias fictícias. Dirceu, por sua assessoria de imprensa, nega categoricamente recebimentos ilícitos.
Outros delatores, como o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, assinaram pacto diretamente com a Procuradoria-Geral da República, perante o Supremo Tribunal Federal.
Antes alvo de hostilidades de 10 entre 10 advogados de prestígio e tradição, o instituto da delação premiada praticamente tornou-se a regra no escândalo que abalou a gigante estatal e que mira em outras empresas públicas.
Alguns dos principais nomes da advocacia brasileira aderiram a esse expediente para garantir a liberdade de volta a seus clientes - pela via normal do direito processual, mergulhado em petições, habeas corpus e outros recursos, a vida está bastante difícil para os clientes, que não têm perspectiva de tão cedo sair da Custódia da Polícia Federal e no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na zona metropolitana de Curitiba, por onde já passaram os maiores empreiteiros do País.
Paulo Roberto Costa foi o primeiro delator da Lava Jato. Desde que escancarou o esquema de corrupção e propinas na estatal, ele prestou 118 depoimentos. Suas declarações apontaram nomes de deputados, senadores e governadores que teriam recebido porcentual de propinas pagas por empreiteiras.