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Operação foi política e articulada para atingir governo, diz Bezerra

Na tribuna do Congresso, líder do governo no Senado criticou operação de busca e apreensão feita pela Polícia Federal em seu gabinete

Fernando Bezerra: no plenário, senador criticou operação da PF em seu gabinete  (Marcos Oliveira/Agência Senado)

Fernando Bezerra: no plenário, senador criticou operação da PF em seu gabinete (Marcos Oliveira/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de setembro de 2019 às 19h44.

Alvo de uma operação da Polícia Federal, o líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), usou a tribuna do Congresso Nacional nesta terça-feira, 24, para fazer sua defesa. A operação foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal.

"Está claro que fui vítima de uma operação política articulada para atingir o Congresso Nacional e o governo do presidente Jair Bolsonaro", disse o senador. Ele comentou que, "me parece", a operação foi articulada para "deliberadamente reavivar as velhas práticas de intimidação e criminalização da política".

Após o discurso, o líder relatou a jornalistas que conversou com Jair Bolsonaro após a operação e que o presidente avaliava a situação. Uma decisão sobre o futuro do cargo de liderança será tomada após o retorno do presidente da viagem aos Estados Unidos destacou o senador.

Enquanto Bezerra discursava, parlamentares votavam, em cédulas, sobre a manutenção ou derrubada dos vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que criminaliza o abuso de autoridade. A operação da PF que mirou Bezerra causou uma reviravolta no sentimento dos congressistas sobre os vetos do Presidente da República e exacerbou um antagonismo entre os Poderes.

O senador disse que o episódio da última quinta-feira, 19, quando a PF fez uma ação de busca e apreensão ao seu gabinete, causou-lhe perplexidade. "O Senado foi atingido por um ato flagrantemente inconstitucional que feriu a independência de um dos poderes", disse, classificando a ação como "arbitrária, gravíssima e um excessivo abuso".

"Não temo as investigações, digo com veemência que jamais excedi limites da lei impostos pela lei e pela ética", afirmou o senador antes de finalizar sua fala com um poema.

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