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Operação deixa Planalto e PT apreensivos

O governo agora bate na tecla de que não há como associar a operação Acarajé, à campanha pela reeleição de Dilma Rousseff, em 2014


	Apreensão: o governo agora bate na tecla de que não há como associar a operação Acarajé, à campanha pela reeleição de Dilma Rousseff, em 2014
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Apreensão: o governo agora bate na tecla de que não há como associar a operação Acarajé, à campanha pela reeleição de Dilma Rousseff, em 2014 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 10h11.

Brasília - O pedido de prisão do marqueteiro João Santana preocupa o Palácio do Planalto e a cúpula do PT.

O governo agora bate na tecla de que não há como associar a investigação da 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé, à campanha pela reeleição de Dilma Rousseff, em 2014. Nos bastidores, porém, auxiliares da presidente afirmam que por trás dessas acusações está a tentativa de alimentar o impeachment.

Ministros do PT passaram o dia lembrando que, nas páginas 59 e 60 da representação encaminhada à Justiça Federal, o delegado Filipe Hille Pace diz que "não há, e isto deve ser ressaltado, indícios de que tais pagamentos (pelos serviços de Santana) estejam revestidos de ilegalidades".

O trecho também consta de uma nota divulgada à noite pelo advogado Flávio Caetano, coordenador jurídico da campanha de Dilma.

A ideia inicial do Planalto era que a nota fosse anunciada pela Secretaria de Comunicação Social do Governo (Secom), comandada pelo ministro Edinho Silva, que foi tesoureiro da campanha de Dilma. O plano foi abortado, no entanto, para não levar a crise para dentro do Palácio do Planalto.

O texto original dizia que "em decorrência dos seus serviços profissionais prestados à campanha eleitoral da então candidata a presidente Dilma Rousseff, as empresas do publicitário João Santana receberam o pagamento de R$ 88.900.000,00".

Na nota divulgada, porém, o valor foi corrigido para "cerca de R$ 70 milhões". O dado consta da prestação de contas apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

"Esse valor, por si só, demonstra que o pagamento feito ao publicitário se deu de forma legal e absolutamente transparente", afirmou Caetano.

Embora a representação à Justiça Federal destaque não haver indícios de ilegalidades nos pagamentos feitos a Santana para as campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, do prefeito Fernando Haddad, em 2012, e de Dilma, em 2010 e 2014 - totalizando R$ 171.552.185,00 -, um trecho chamou a atenção do Planalto.

Nele, o delegado Pace diz que "há forte probabilidade de que a destinação, de maneira oculta e dissimulada, de recursos espúrios da corrupção na Petrobras" a Santana e sua mulher, Mônica, no exterior, "possui vinculação direta aos serviços por eles desempenhados em favor do PT".

"Há um esforço desmedido e ilegal de agentes públicos para atingir o mandato da presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Isso é evidente", comentou o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA).

O presidente do PT, Rui Falcão, por sua vez, destacou que "o PT não tem marqueteiro. Contrata as pessoas para fazer programas. Isso não diz nada com relação ao PT". 

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