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Operação da PF sobre Postalis atinge banco BNY Mellon, diz fonte

Operação apura a atuação de uma suposta organização criminosa para desviar recursos no Postalis

BNY Mellon: segundo fontes, o banco norte-americano é um dos alvos da operação da PF (Mario Tama/Getty Images/Getty Images)

BNY Mellon: segundo fontes, o banco norte-americano é um dos alvos da operação da PF (Mario Tama/Getty Images/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 09h24.

Brasília - A Polícia Federal lançou nesta quinta-feira operação para apurar a atuação de uma suposta organização criminosa para desviar recursos no Postalis, fundo de pensão de empregados do Correios, e uma fonte com conhecimento das investigações afirmou que o banco norte-americano BNY Mellon é um dos alvos.

Segundo divulgou a PF, 100 mandados judiciais de busca e apreensão estão sendo cumpridos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas, além do Distrito Federal.

No total, 62 equipes policiais estão envolvidas na operação, batizada de Pausare, e as ações ocorrem em regime de esforço concentrado nas próximas 48 horas.

"A operação Pausare surge de um conjunto de auditorias de órgãos de controle encaminhados pelo MPF (Ministério Público Federal), que identificaram má gestão, irregularidades e impropriedades na aplicação dos recursos do Postalis. A missão da PF é investigar as repercussões criminais da atuação desse grupo de pessoas no desvio de recursos do fundo", afirmou a PF.

"Entre os alvos das medidas judiciais há pessoas físicas, em especial empresários em suposta articulação com gestores do fundo de pensão, bem como dirigentes de instituição financeira internacional. Também serão alvos dos policiais federais pessoas jurídicas, entre elas empresas com títulos em bolsas de valores e instituições de avaliação de risco", acrescentou a PF sem dar mais detalhes sobre os alvos da operação.

Segundo a PF, a gestão do Postalis e os desvios investigados pela operação Pausare geraram um déficit de 6 bilhões de reais no Postalis, e esse desequilíbrio fez com que aposentados e funcionários da ativa dos Correios, assim como o Tesouro Nacional, tivessem de aumentar sua contribuição ao fundo.

Em outubro do ano passado a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), órgão responsável pela fiscalização de entidades de previdência privada decretou intervenção de 180 dias no Postalis, quarto maior fundo de pensão fechado do país em número de participantes, com 136 mil pessoas entre ativos e aposentados.

No dia 18 deste mês, o Ministério Público Federal abriu processo civil contra unidade brasileira do norte-americano BNY Mellon para ressarcimento de 8,2 bilhões de reais em prejuízos causados ao Postalis.

Procurados, o Postalis e a unidade brasileira do BNY Mellon não estavam imediatamente disponíveis para comentar.

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