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Onyx diz que Coaf tenta destruir reputação de Bolsonaro

Questões sobre relatório do Coaf vieram após chefe da transição pedir trégua da imprensa; Onyx também disse que governo tentará capitalização na Previdência

Futuro ministro vê "terceiro turno" sendo promovido pela imprensa (José Cruz/Agência Brasil)

Futuro ministro vê "terceiro turno" sendo promovido pela imprensa (José Cruz/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 7 de dezembro de 2018 às 16h58.

Última atualização em 7 de dezembro de 2018 às 18h51.

São Paulo - O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta sexta-feira que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro buscará um regime de capitalização para a Previdência, que abre espaço para o aumento dos investimentos nos próximos anos."Vamos tentar aprovar um regime de capitalização para que, em uns 10 anos, tenhamos mais recursos para investimentos", afirmou Onyx em palestra a empresários em São Paulo.

O futuro ministro disse que o governo Bolsonaro terá bastante cuidado e respeito nas discussões com o Congresso sobre as reformas."Eu, como parlamentar, nunca me senti tão respeitado como agora. Vamos trabalhar as reformas respeitando o Parlamento e tentando trabalhar em parceria."

Bolsonaro tem defendido a aprovação da idade mínima para a aposentadoria como primeira etapa da reforma da Previdência. "Não adianta apresentar uma boa proposta e ela acabar ficando na Câmara o no Senado, é o pior dos quadros possíveis. O grande problema nosso, o que mais interessa no primeiro momento, é idade mínima, então vamos começar com essa, depois apresentar outras propostas", disse Bolsonaro na quarta-feira.

Sobre a divulgação do relatório da Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Lorenzoni afirmou que essa é uma tentativa de destruir a reputação de Jair Bolsonaro. "Setores estão tentando destruir a reputação do sr. Jair Messias Bolsonaro. No Brasil, a gente tem que saber separar o joio do trigo. Nesse governo é trigo (...) Onde estava a Coaf no mensalão, no petrolão?", declarou, irritado, Lorenzoni, segundo a Folha de S. Paulo. O documento indica uma movimentação atípica de 1,2 milhão de reais do ex-assessor parlamentar Fabrício José Carlos de Queiroz. O fato aconteceu entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

Trégua

O futuro ministro aproveitou a palestra para pedir uma trégua à imprensa, afirmando que alguns setores da mídia resolveram criar um terceiro turno da eleição. "Tem alguns setores da imprensa que claramente abriram uma frente por um terceiro turno da eleição. Em nome do Brasil, eu queria pedir uma trégua à imprensa. É saudável ter uma oposição, uma postura crítica, mas peço que esperem nós assumirmos o governo."

Tanto durante a campanha eleitoral como depois Bolsonaro acusou partes da imprensa de divulgarem fake news.

Apesar do pedido de trégua, Onyx perdeu a paciência com os jornalistas após a palestra.

Em entrevista, Onyx voltou a dizer que a questão de caixa 2 o envolvendo já está resolvida. Mas, ao ser questionado com insistência sobre relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontando movimentações financeiras atípicas de um ex-assessor do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Bolsonaro, o futuro ministro se irritou e encerrou a entrevista coletiva.

(Reportagem de Aluísio Alves)

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