Onyx Lorenzoni: futuro ministro da Casa Civil afirmou que o governo de Bolsonaro estará com a equipe fechada até o fim do mês de novembro (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 21 de novembro de 2018 às 11h26.
Brasília - O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quarta-feira que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro estará com a equipe fechada até o fim do mês de novembro "com certeza", e destacou que a nova gestão quer reduzir as estruturas ministeriais, não apenas o número de pastas na Esplanada.
Ao sair de uma reunião no apartamento funcional da deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), escolhida por Bolsonaro para comandar o Ministério da Agricultura, Onyx disse que algumas estruturas da pasta da Agricultura vão para outros ministérios. Segundo ele, a área da pesca ficará na Agricultura pelo desenho do futuro governo, mas haverá remanejamentos.
O futuro chefe da Casa Civil disse também que ainda está em avaliação se a Fundação Nacional do Índio (Funai) vai permanecer no Ministério da Justiça, e afirmou ter tido conversas com Tereza Cristina e com o futuro titular da Justiça, Sérgio Moro, sobre o tema.
"A questão da Funai é muito mais de respeito à Constituição, à legislação, de diretriz de governo do que de onde propriamente ela está", disse. "Importante é saber que tem que equilibrar e dar espaços aos povos indígenas no Brasil de poder crescer e se desenvolver como foi feito em dezenas de países no mundo".
Onyx não quis adiantar quantos serão os ministérios do futuro governo, e destacou que reduzir o "gigante" que é a máquina pública federal não é fácil. Ele disse que a intenção é que até meados de dezembro as equipes estejam trabalhando, e que Bolsonaro determinou que quer iniciar no dia 1º de janeiro com um governo "estruturalmente enxuto e eficiente".
Onyx disse também que "provavelmente" o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ficará mais na Justiça do que na área econômica. Atualmente esse órgão está vinculado à pasta da Justiça, mas reportagens na imprensa indicaram que poderia ser levado para a superpasta da Economia a ser comandada pelo economista Paulo Guedes.
O ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, confirmado para a Casa Civil, negou hoje (21) que seu partido, o Democratas (DEM), está sendo beneficiado pelo governo Jair Bolsonaro por ter três ministérios (Casa Civil, Saúde e Agricultura). Ele disse ainda que até final deste mês os demais nomes do primeiro escalão serão anunciados.
A reação de ministro ocorre no momento em que há um movimento no Congresso de críticas dos partidos aliados do governo eleito em decorrência da maioria das escolhas dos nomes confirmados serem do Democratas. Além de Onyx, foram confirmados Tereza Cristina, para Agricultura, e Luiz Henrique Mandetta, para Saúde.
Com as reações no Congresso, temas como a reforma da Previdência, considerada prioritária pelo governo eleito, podem esbarrar em dificuldades impostas pelas bancadas partidárias. Ao longo do dia hoje o presidente eleito, Jair Bolsonaro, se reunirá com parlamentares. Não foi divulgada a lista de nomes nem de legendas.