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Onyx chega a Brasília e diz não considerar desembarque do governo

Ministro antecipou seu retorno das férias em meio à crise iniciada após demissão de subordinado por uso de avião da FAB

Onyx: ministro tem perdido espaço no governo Bolsonaro (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Onyx: ministro tem perdido espaço no governo Bolsonaro (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

AO

Agência O Globo

Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 11h34.

Última atualização em 31 de janeiro de 2020 às 11h35.

Rio — O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou na manhã desta sexta-feira (31) que não considera deixar o governo. Ao desembarcar no aeroporto, questionado se pretendia sair do governo, Onyx respondeu:

"Claro que não (considero deixar o governo). Como já disse, a minha missão, junto com o presidente Bolsonaro, é servir o Brasil. Mas claro que toda e qualquer decisão dentro do governo é liderada por ele", afirmou o ministro.

Onyx antecipou seu retorno a Brasília em meio à crise iniciada após Santini, seu principal auxiliar, usar uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para fazer uma viagem exclusiva à Suíça e à Índia no último fim de semana.

 

Na Casa Civil, o clima é de incerteza e apreensão. A pasta perdeu seu principal trunfo: o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), transferido ontem por Bolsonaro para o Ministério da Economia. Assessores ligados ao ministro Onyx tentam decifrar os próximos movimentos do presidente, que se demonstrou extremamente irritado com os últimos atos da pasta. Dentre as hipóteses cogitadas internamente está a de transferir Onyx para o Ministério da Educação, no lugar de Abraham Weintraub, indicado para o posto pelo próprio Onyx.

Principal apoiador de Bolsonaro durante a campanha presidencial, o ministro da Casa Civil perdeu o direito de escolher seus assessores e as principais atribuições que lhe foram dadas. Em meio ao vácuo no comando da pasta, Bolsonaro cogitou nomear o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, para comandar interinamente a Casa Civil até o retorno de Onyx das férias. A decisão só foi revisada após o ministro garantir que anteciparia sua volta ao trabalho. Bolsonaro então escalou Antônio José Barreto de Araújo Júnior para assumir o cargo de secretário-executivo interino da Casa Civil apenas até hoje. Barreto é o atual sub-chefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil e acumula as funções.

 

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