Onyx: ministro da Cidadania fechou um acordo com a Procuradoria-Geral da República (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 3 de agosto de 2020 às 20h40.
Última atualização em 3 de agosto de 2020 às 22h11.
O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, fechou um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em que confessou ter recebido recursos de caixa dois nas eleições de 2012 e 2014 e pagará uma multa de 189.000 reais para encerrar a causa, segundo nota da defesa do político e uma fonte da PGR com conhecimento do assunto.
A investigação contra Onyx, que é deputado federal licenciado, havia sido requerida pela PGR no Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como base a delação feita por executivos da JBS, a processadora de carne controlada pelo grupo J&F.
"A defesa do deputado federal Onyx Lorenzoni firmou acordo de não persecução penal com a Procuradoria-Geral da República. Ele admitiu o recebimento de doações em sua campanha eleitoral para deputado federal e pagará 189.000 reais como prestação pecuniária, recursos que buscará por meio de empréstimo bancário", informou a defesa dele.
Os advogados do ministro disseram que ele decidiu procurar as autoridades com a intenção de colaborar e dar um desfecho final ao processo. "Recordamos também que, quando a delação da JBS veio a público, o deputado Onyx desconhecia a origem do recurso", reforçou a defesa.
Ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro e um dos coordenadores da campanha dele à Presidência em 2018, Onyx foi um dos relatores das dez medidas de combate à corrupção na Câmara dos Deputados.
O acordo de não persecução penal firmado pela defesa com a PGR é o primeiro da gestão Augusto Aras. Na prática, o Ministério Público desiste de tentar qualquer tipo de punição contra Onyx, que, ao admitir o delito, pagará uma multa.
A fonte da PGR disse à Reuters que Onyx admitiu ter recebido, de forma não contabilizada, 100.000 reais da JBS quando era presidente do DEM gaúcho nas eleições municipais de 2012 e outros 200.000 reais do mesmo grupo quando concorreu a deputado federal em 2014.
O documento com o acordo foi encaminhado ao ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo, a quem cabe homologar os termos do acerto.